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Publicado em 19/02/2008 as 12:00am

Jogo mostra problemas de imigrantes

Novo videogame pretende despertar consciência social para reforma migratória

 

 

Cinco jovens estrangeiros, entre eles uma residente legal da Índia, um estudante japonês e um mexicano sem documentação, protagonizam um novo videogame lançado hoje nos EUA que permite ao público viver na própria pele as dificuldades do imigrante.

A idéia de seus criadores é despertar, por meio da cultura popular, a consciência social do eleitorado, especialmente dos jovens, e promover uma reforma migratória integral.

O jogo, em três dimensões, foi criado por "Breakthrough", uma organização internacional sem fins lucrativos com sede em Nova York que tenta colocar uma face humana à tragédia das deportações e a separação de famílias.

O jogo, baseado em casos da vida real, pode ser baixado gratuitamente em versão do Windows ou Mac através do site" www.icedgame.com ", com as siglas "ICED" (em inglês: I Can End Deportation ou Posso Frear a Deportação), deliberadamente similares às do Escritório de Imigração e Alfândegas (ICE, na sigla em inglês).

Embora seu objetivo seja conseguir a cidadania americana e fugir da prisão ou deportação, o jogo inclui dados sobre o labirinto migratório e uma mordaz crítica às suas leis.

Sem papas na língua, "Breakthrough" aponta que as autoridades atropelam os direitos humanos dos imigrantes.

Além disso, adverte que "quando permitimos que o Governo prive certas pessoas de seus direitos humanos e o devido processo legal, colocamos em risco todas nossas liberdades".

Uma grave voz masculina afirma durante o jogo que, com o falso pretexto da segurança nacional, cerca de dois milhões de pessoas, tanto em situação legal como sem documentos, foram deportadas desde 1996 sem o devido processo legal.

No jogo, o público tem a opção de viver o dia a dia de cinco imigrantes, todos com vinte e poucos anos que, por diversas situações, enfrentam o risco de ser expulsos.

Ali encontramos Anna, uma residente polonesa que enfrenta a deportação apesar de já ter cumprido pena por um pequeno delito; Suki, um japonês com visto F-1 (de estudante); Ayesha, uma residente legal de Índia que escreveu um ensaio sobre a lei antiterrorista; Javier, um mexicano que deixou vencer seu visto de turista, e Marc, um haitiano que pediu asilo político, se alistou ao Exército e foi parar no Iraque.

Você começa o jogo com 100 pontos, mas um aviso lhe diz que uma "má jogada" pode custar uma detenção indefinida e até mesmo a deportação, porque "ninguém está a salvo" das garras do ICE.

"Mantenha a calma e não entre em confusões", aconselha o jogo, que utiliza a tendência de fomentar a mudança social utilizando um meio muito popular entre os jovens.

Nos EUA, os jovens normalmente vivem isolados em uma bolha apolítica, mas seu voto agora é cobiçado por ambos partidos.

"Não é um problema hispânico, é um problema de todos, porque temos um sistema injusto e imprestável, que necessita de reforma. Pensamos que os jovens podem ser agentes de mudança e por isso nos dirigimos a eles", disse à Agência Efe Mallika Dutt, diretora-executiva de "Breakthrough".

"Nenhum documentário nem nenhum livro permite ao jovem se colocar no lugar do outro tanto como um jogo é capaz de fazer. É aí que as pessoas podem descobrir o que significa ser um imigrante", enfatizou.

O jogo, continuou Duff, procura persuadir a opinião pública sobre a necessidade de uma reforma, que fracassou no ano passado, mas agora permeia inclusive as promessas na disputa presidencial.

Assim, "ICED" pretende servir de contrapeso à xenofobia de grupos que da "blogosfera" e que, também com videogames, combatem uma temida "invasão" de imigrantes.

Em um desses jogos, lançado em 2006 com o nome de "Patrulha Fronteiriça", somava-se pontos por matar imigrantes que cruzassem ilegalmente a fronteira do México.

Dutt antecipa que "ICED" despertará a ira de quem vê em cada imigrante um terrorista em potencial, mas isso não lhe preocupa.

"Queremos que seja a chamariz para reativar o debate migratório, e que os jovens sejam os líderes dessa reforma", especificou.

Fonte: (acheiusa.com)

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