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Publicado em 26/02/2008 as 12:00am

Imigrantes morrem anônimos defendendo os Estados Unidos

Decepção: Mesmo depois de arriscarem a vida, militares têm muitas dificuldades para obter o sonhado Green Card.

Elizabeth M. Simões

 

Imigrantes alistados no exército americano estão lutando pelo país antes mesmo de receberem a cidadania americana. Aproximadamente 7.200 militares ainda esperam meses ou anos para conseguirem os papéis que regularizam o status de cidadão e identificam a pátria pela qual estão servindo. Segundo o Departamento de Defesa, Cidadania e Imigração, a lentidão está ocorrendo devido ao fluxo burocrático, e pelas inúmeras requisições recebidas.

Em 2002 o presidente Bush anunciou que as pessoas interessadas em fazer parte do exército deveriam preencher solicitações que habilitariam o governo há conceder os documentos de identidade, para finalmente reconhecê-los e integrá-los à sociedade.

Enquanto esperava o sargento, Kendell K. Frederick, integrante do exército foi designado numa missão de combate ao Iraque, e morreu durante uma explosão à bomba. Kendell já tinha feito três tentativas sem sucesso. Na inscrição constava a pendência do registro das impressões digitais.

O depoimento de outro sargento imigrante da Guiania, de 27 anos, repreendeu a falta de organização e descaso do governo com o compromisso assumido, "Eu já desisti de tentar encontrar os documentos perdidos, e descobrir o quê houve de errado com eles desta vez", disse Abdool Habibullah.

O guianês preencheu os formulários em 2005 e ainda não obteve a cidadania. Além disso, quando retornou da sua missão ao Iraque perdeu o título de sargento da marinha. "Se o quê eu fiz por esse país não foi suficiente para conseguir ser um cidadão americano, eu não tenho idéia do quê deveria ser feito para isso".

A grande espera tem acontecido por causa do problema ao redor do serviço prestado no departamento imigratório, do qual recebeu 2 milhões e meio de requisições para cidadania e permissão de vistos no último verão, o que significou duas vezes mais em relação ao ano passado. Oficiais estimaram que pelo menos uma média de 18 meses serão necessários para legalizarem todos os processos.  

Nos últimos dois meses, depois de receber reclamações de praticamente metade dos militares, o senador Charles E. Schumer, de New York, criou um plano especial para receber essas requisições e processá-las o mais rápido possível.

"Existem homens e mulheres que estão colocando a sua vida em risco pelas nossas. Com isso, eles preencheram todos os requisitos necessários, e certamente podem provar a sua cumplicidade com o nosso país. Eles podem perder as vidas enquanto esperam pelo burocrático momento inatingível.", disse o senador.

Em meio às diversas explicações e desculpas formais que visam justificar o atrapalhado tratamento aplicado aos militares, o guianês desabafou, "Sempre que eu perguntava sobre os meus documentos, eu recebia a mesma resposta: Está pendente por causa da verificação de seu histórico". Abdool Habibullah disse que olha para as suas medalhas, das quais estão à mostra em seu apartamento, na cidade de Mount Vernon, em New York, e pensa mais uma vez que está prestes a desistir de toda essa diferente "batalha" pela cidadania.

Fonte: (braziliantimes)

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