Publicado em 5/08/2008 as 12:00am
Hospitais do País deportam indocumentados
Os hospitais norte-americanos estão repatriando, por conta própria, imigrantes indocumentados que não têm seguro médico e que não podem pagar pelo tratamento de que necessitam. A mínima cobertura do sistema de saúde, financiado pelo Governo, tem sido util
Os hospitais norte-americanos estão
repatriando, por conta própria, imigrantes indocumentados que não têm seguro
médico e que não podem pagar pelo tratamento de que necessitam. A mínima
cobertura do sistema de saúde, financiado pelo Governo, tem sido utilizada para
financiar vôos para devolver aos países de origem tais imigrantes, de acordo
com ampla reportagem publicada pelo jornal The New York Times.
O caso do guatemalteco Luiz Alberto Jiménez é o primeiro a terminar com decisão
a favor do paciente, em um tribunal de apelações. A decisão ressalta que os
hospitais não têm nenhuma autoridade em política migratória. Em 2000, Himénez,
de 35 anos, que traba-lhava ilegalmente nos EUA, teve um grave acidente de
automóvel, provocado por um motorista norte-americano que, de acordo com a
reportagem, dirigia embriagado. O guatemalteco foi levado para um hospital na
Flórida, onde ocorreu o acidente.
De acordo com legislação federal, os hospitais não podem negar assistência de
urgência aos imigrantes indocumentados, e têm obrigação de prestar atendimento
e o tratamento necessários aos pacientes que os procuram. O problema está em
quem paga pelo atendimento. O sistema estadual de saúde responsabiliza-se
apenas por parte dos custos. A maioria dos estados não financia os tratamentos
a longo prazo. Portanto, fica a cargo dos hospitais assumir os gastos
referentes às parcelas não-reembolsáveis.
Luiz Jiménez passou mais de um ano em coma no Martin Memorial da Flórida, e
saiu do coma. O dano cerebral, de acordo com os médicos foi muito grave. O
hospital conseguiu um centro pós-hospitalar que daria continuidade ao
tratamento. Jiménez, no entanto, voltou ao hospital, meses depois, com uma
grave infecção que deveria ser tratada de imediato. E, após o tratamento, já
não foi mais possível encontrar nenhum centro pós-hospitalar que o aceitasse. A
direção do hospital assegura que o tratamento recebido por Jiménez é superior a
um milhão e meio de dólares, e decidiu que o melhor seria mandá-lo de volta à
A família de Jiménez entrou com ação na justiça, e um juiz da Flórida decidiu,
em junho de 2003, que o hospital tinha razão. Determinou que Jiménez voltasse à
Não foi a primeira vez que um hospital tomou decisão do tipo. Ao que tudo
indica, afirma o New York Times, trata-se de uma prática há vários anos no
País. Diante de tratamentos médicos prolongados, os centro médicos devolvem os
imigrantes aos seus países de origem, custeando a passagem, mesmo sem o
consentimento dos familia-res. A versão dos centros médicos, diz o jornal, é
que não são feitas repatriações até que os pacientes estejam estáveis, e até
que seja encontrado tratamento médico adequado no país de origem do paciente.
Mas, uma vez que tal prática não é regulamentada, não há qualquer supervisão
dos procedimentos adotados pelos hospitais. Em muitos casos, observa o jornal,
por falta de meios nos países de origem, o tratamento nunca é rea-lizado. O New
York Times cita o caso de um hospital em
Alguns hospitais adotam tal pratica sistematicamente e outros estudam caso a caso,
e se asseguram de que o paciente receberá o tratamento necessário em seu país,
diz o jornal.
Jiménez agora está em seu pequeno povoado, na
Fonte: (Da redação)