Publicado em 1/09/2008 as 12:00am
Batidas da imigração desfavorecem cidades pequenas
Deportações em massa causam crises humanitárias e econômicas
Agentes federais fizeram uma “limpeza” numa
fábrica de transformadores elétricos em Lauren, Mississipi, na semana passada,
prendendo 595 imigrantes. A cena parecia uma operação paramilitar: saídas
fechadas, trabalhadores algemados e acorrentados, uma cena no mínimo dramática.
Essa
foi a maior “blitz” (batida) realizada até então, na tentativa de achar
culpados de roubo de identidade, fraude no Seguro Social e indivíduos vivendo
ilegalmente nos Estados Unidos. Os ecos da prisão em
O
tradutor federal Erik Camayd-Freixas, que testemunhou, em Maio desse ano, a
blitz ocorrida em Postville, Iowa, quando 389 trabalhadores foram presos numa
fábrica de alimentos “kosher”, disse que agora, 3 meses depois, o local virou
uma “cidade-fantasma”, tendo perdido um quarto de seus 2300 habitantes. A
fábrica, Agriprocessors Inc., movimenta-se com metade da sua capacidade, os
restaurantes estão vazios e o valor das propriedades diminuiram muito, numa já
ressentida economia.
Nos
últimos dois anos, as “blitz” se intensificaram em todo o país, com a ausência
de uma reforma imigratória completa. O Secretário do Homeland Security, Michael
Chertoff, já declarou várias vezes, publicamente, que está aplicando as leis e
não as está ignorando.
O
resultado tem sido sentido em cidades
Erick
Freixas também comentou que “ as imposições imigratórias pertencem à fronteira
e não têm que ser impostas dentro do país, porque sempre existem danos
colaterais para os cidadãos americanos e para comunidades tais
Mãe
imigrante descreve terror
Paula,
uma mulher Mexicana sem documentos, descreveu
os horrores pelos quais passou na blitz da Howard Industries, em
Paula
vive há dez anos no
O
porta-voz do ICE, Richard Rocha, disse à ABCNews.com que “tem havido mais
batidas e estamos nos focalizando em trabalhadores que estejam violando as leis
e pessoas que estejam no país ilegalmente, sem levar em conta de qual nacionalidade
sejam. Eu acredito que esta medida tem funcionado, pois atualmente existe uma
cultura por parte dos empregadores em busca de trabalhadores legalizados”.
100
trabalhadores foram soltos por razões humanitárias
Como
Paula, outros 100 trabalhadores foram soltos por motivos humanitários. Eles
agora possuem braceletes eletrônicos que monitoram seus movimentos, mas foram
liberados para irem para suas casas e cuidarem de seus filhos.
Em Abril desse ano, 280 trabalhadores
foram presos em 5 fábricas da Pilgrim Pride em 5 estados diferentes e, em
Janeiro, 114 foram detidos numa batida na Micro Solutions Enterprises em Van
Nuys, Califórnia. No ano passado, batidas nas fábricas da Swift & Co. em
seis estados prenderam 1297 pessoas. Em
Roberto
Veles, pastor da Igreja Cristã Peniel, para onde a maioria dos imigrantes vai
para receber alguma ajuda, disse que “os consumidores também foram embora, não
somente os trabalhadores”. “Todos os
negócios da cidade estão comprometidos, centenas de imóveis vazios e muitos
estão se escondendo embaixo de suas camas, traumatizados com o que ainda possa
acontecer. A maioria nem quer ir mais para o trabalho”, acrescentou.
Fonte: (Da redação)