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Publicado em 6/03/2009 as 12:00am

ICE é acusado de abuso a indocumentados

Esse foi o tema levantado pelo diretor executivo da União Americana de Liberdades Civis (ACLU) de Rhode Island, Steven Brown, durante uma audiência no Congresso americano

Por Phydias Barbosa

 

O cidadão chinês que morreu em agosto de 2008 numa prisão da imigração sem receber atenção médica apropriada, por uma fratura da coluna vertebral e câncer terminal, poderá servir de exemplo para uma melhoria dos serviços de saúde que recebem os indocumentados que permanecem em custódia antes de serem deportados.

Esse foi o tema levantado pelo diretor executivo da União Americana de Liberdades Civis (ACLU) de Rhode Island, Steven Brown, durante uma audiência no Congresso americano. "Esperamos que isto sirva de lição para trazer à luz a necessidade do Departamento de Segurança Territorial (Homeland Security) em priorizar e consertar o péssimo sistema de cuidados médicos no orçamento de 2010”, salientou o ativista Brown.

De acordo com a ACLU, Hiu Lui Ng, de 34 anos, informou durante meses aos guardas do Centro de Detenção Wyatt em Central Falls, Rhode Island, sobre a terrível dor nas costas que sofria. Entretanto, nem lhe prestaram cuidados, como também o acusaram de estar fingindo. Lui Ng, engenheiro de informática, pai de dois filhos e casado com uma cidadã americana, não podia caminhar e dificilmente se mantinha em pé. Mesmo assim, lhe foi negado o direito de utilizar uma cadeira de rodas.

No dia em que Lui Ng foi, com a sua esposa, para a entrevista do green card, os oficiais o prenderam, pois ele tinha uma ordem de deportação emitida em 2001, enviada a um endereço que não existia.  Anteriormente, ele tinha feito um pedido de asilo político o qual havia sido negado e, desse caso, saiu a ordem de deportação.

 

História comovente e chocante

Uma semana antes de sua morte, amarraram suas mãos, pés e cintura e ele foi arrastado até uma camionete chorando de dor.  “O caso de Ng é um tremendo abuso médico que precisa fazer soar o alarme de que nosso sistema de serviços médicos para imigrantes detidos está falido”, afirmou Steven Brown.

A morte do cidadão chinês, que chegou a Nova York com 17 anos de idade junto com a família, é uma das mais comoventes acontecidas em centros de detenção da imigração nos últimos anos.

Porém, o diretor do ICE, Jim Hayes, na audiência desta quarta-feira, 4, no Subcomitê de Segurança Territorial da Câmara de Representantes, defendeu o sistema e disse que, dos 1.700.000 detidos a partir de 2003, “só 90 morreram sob nossa custódia”.

De acordo com o congressista David Price, Democrata da Carolina do Norte, nos últimos anos tem havido diversos artigos na imprensa denunciando essas mortes que “poderiam ter sido evitadas, caso os imigrantes tivesses recebido tratamento médico apropriado e em tempo hábil”.

Ainda na mesma audiência realizada esta semana, o capitão José Rodríguez, diretor da Divisão do Serviço de Saúde da Imigração, assegurou que cada imigrante detido pelo ICE é submetido a um exame médico preliminar e a um exame obrigatório de tuberculose nas primeiras 12 horas da prisão. Nas mulheres até 55 anos de idade, são feitos exames dentários e de gravidez. “Se não fosse pelos diagnósticos desses exames, muitos outros teriam morrido também. Em alguns casos, o exame físico dessas pessoas é o primeiro que fazem em toda a sua vida”.

Os diagnósticos vão desde hipertensão arterial e diabetes até Aids e doenças do coração. Os tratamentos utilizados requerem remédios e, em muitas ocasiões, até mesmo cirurgias.

Entretanto, um estudo independente realizado pelo GAO (Escritório de Supervisão Governamental), sobre os serviços, pessoal e orçamento investido pelo ICE entre 2003 e 2007, revelou que a sua estrutura organizacional no sentido de providenciar serviço médico aos detidos, não é igual em todos os centros de detenção. Além disso, apesar da informação sobre cuidados médicos não ser completa, os gastos, pessoal e serviços da agência aumentaram em 47 por cento, enquanto que a população diária de detidos cresceu 40 por cento. Por ano, são detidas aproximadamente 300.000 pessoas que cometeram violações civis de imigração. 

Estudos realizados pelo GAO sobre a morte de detidos, destacou falhas no cuidado médico para essas pessoas, de acordo com o representante da ACLU.

Fonte: (ANBT - Agência de Notícias Brazilian Times )

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