New York Times pede fim de abusos contra imigrantes em artigo

O governo de Barack Obama ainda não fez o suficiente para afastar-se da política de seu antecessor em matéria de imigração e deveria colocar um fim nas medidas repressivas que não resolvem o problema, opina o conceituado jornal The New York Times.

No editorial publicado nesta quarta, 4 de março, o diário denuncia o chefe de polícia da cidade de Maricopa, no Arizona, Joe Arpaio, o qual designou à polícia local trabalhar contra a imigração ilegal. O editorial também critica uma “blitz” (batida) numa fábrica de peças de automóveis em Bellingham, no estado de Washington.

 

Ninguém conseguirá expulsar 12 milhões de indocumentados

“Os americanos que aplaudem todas essas medidas represssivas contra os imigrantes indocumentados, particularmente durante uma recessão, devem saber que as batidas esporádicas e chefes de polícias abusivos não são a resposta. A idéia de que a repressão por sí só eliminaria a economia clandestina é uma ilusão, que choca com a imposssibilidade real de uma expulsão em massa: nenhuma quantidade concebível de batidas vai conseguir desalojar 12 milhões de imigrantes indocumentados de seus empregos e residências”, comenta o editorial.

O jornal acrescenta que o país “não fica mais seguro nem em melhor situação econômica quando fecha uma fábrica, ou porque algumas famílias foram destituidas de suas rotinas em algum bairro de Seattle, ou ainda pelas táticas abusivas do chefe de polícia Arpaio. O sistema no qual milhões de imigrantes ilegais trabalham, sem ao menos a esperança de se agregarem à sociedade, está completamente mutilado”.

O diário pede, ainda, ao presidente Obama e à secretária de Segurança Interna Janet Napolitano, que ponham fim aos abusos:  “Quem está  no controle? O presidente Obama e a secretária Napolitano, certo? Que demonstrem isso colocando um fim às batidas e aos abusos dos chefes de polícia. Certamente há que se fazer algo para frear a imigração ilegal, porém seguramente existe uma maneira mais inteligente de fazê-lo”, conclui o editorial do The New York Times.