Publicado em 16/10/2009 as 12:00am
Cresce o número de brasileiros presos pelo ICE em NJ
Denúncias, abordagem no trânsito e execução de mandatos de prisões vêm acontecendo com frequência, em New Jersey
Por Vanusa Rocha
Denúncias,
abordagem no trânsito e execução de mandatos de prisões vêm acontecendo com
frequência, em New Jersey. O ICE-Imigration and Customer Enforcement, vem intensificando
a retaliação contra imigrantes indocumentados nos Estados Unidos,
principalmente em algumas cidades de New Jersey.
Com apenas cinco
meses no cargo, o Prefeito Donald Cresitello, do município de Morristown-NJ,
disse que dará início a um programa controverso que permite que policiais
locais atuem como agentes de imigração.
O programa,
oficialmente conhecido como287 (g), permite às autoridades municipais
direcionar imigrantes ilegais envolvidos em "crimes graves" a
processos de deportação.
Grupos
defensores dos direitos dos imigrantes estão mobilizando-se e pedindo ao Departamento
de Segurança Interna (DHS) impeça que o Escritório do Xerife do Condado de Monmouth
e o Departamento de Polícia de Morristown, não participe do programa que concede
poderes migratórios às autoridades locais.
O Estado de New
Jersey não aderiu ao projeto de lei 298 (g), mas a polícia local vem
intensificando as abordagens, principalmente no trânsito da região. Na última
quinta feira, 9 de outubro, o brasileiro Hermes Muniz, natural de Poços de
Caldas , ao sair de casa para o trabalho foi abordado por policiais em trajes
civis. Após checar e analisar seus documentos, o brasileiro foi encaminhado
diretamente a ICE.
O Brasileiro
encontra-se detido no CCA - Centro de Detenção da Imigração, na cidade de
Elizabeth (NJ).
Segundo fontes
próximas a Hermes, há mais ou menos 10 anos ele foi proibido de entrar nos EUA
e voltou de maneira ilegal. Acredita-se que esse possa ser o motivo de sua
prisão. Ele possuía licença para dirigir, de outro estado, e todos os
documentos relativos ao veículo estavam corretos.
Há poucos meses,
o caso da brasileira Gleyse, que foi presa e deportada, vitima de uma denúncia
feita diretamente ao departamento de imigração, abalou a comunidade de Newark.
Novos casos vêm surgindo na comunidade, mas com menos repercussão. Uma
brasileira que não quis se identificar, foi presa na porta de casa, também
vítima de denúncia.
A brasileira
conseguiu sair da detenção, com o compromisso de deixar o país em um mês. A
brasileira está usando uma tornozeleira eletrônica na perna, por onde a
imigração monitora todos os seus passos.
Os brasileiros
indocumentados devem ficar atentos também ao viajar de ônibus para outros
estados. Duas brasileiras que residem em Newark, que estavam a passeio na Florida,
foram presas após comprar tickets para ir até a cidade de Orlando-FL.
Segundo
informações, os agentes da imigração abordaram as brasileiras enquanto elas aguardavam
o ônibus. Os agentes pediram o passaporte, como ambas entraram de forma ilegal
e não portavam visto, foram detidas e permanecem presas a mais de 40 dias, no Centro
de Detenção da Imigração, em Miami (FL).
A atuação da
imigração, consecutivos casos de prisões e deportações vêm assustando a comunidade
de Newark, (NJ). A população indocumentada da região esta se sentindo alarmada
e muitos, já evitam dirigir e viajar para outros estados. As autoridades estaduais
e vem realizando blitz policiais, chamados "pull over " em grande
parte do estado de New Jersey. Nos tradicionais bares e restaurantes de Newark,
(NJ) já se pode se notar uma queda razoável no movimento
durante os finais de semana.
Fonte: (ABTN - Agência Brazilian Times de Notícias)