Publicado em 24/10/2011 as 12:00am
New York Times clama por uma reforma imigratória
O diário voltou a condenar a Lei HB 56 do Alabama e disse que a medida semeou dor e desilusão
O jornal The New York Times escreveu em seu editorial desta
quinta-feira que o Congresso deveria aceitar sua responsabilidade e debater e
aprovar uma reforma imigratória séria que inclua um caminho para a legalização
de milhões de indocumentados, e desta forma deter a onda de leis
anti-imigrantes que estão proliferando em vários estados.
Tomou como base a Lei HB 56 do Alabama, a mais dura do gênero, e destacou que a
medida, que entrou em vigor em 29 de setembro, está trazendo consequências
negativas tanto no aspecto humano como no econômico.
No decorrer dos últimos seis anos, o Congresso fracassou pelo menos uma dúzia
de vezes no debate de uma reforma imigratória ampla. A falta de um acordo
bipartidário anterior que garantisse um voto favorável nas duas câmaras impediu
que George W. Bush ou Barack Obama conseguissem aprová-la.
A falta de uma reforma, além do mais, desencadeou uma onda anti-inmigrante que
impactou pelo menos 20 estados, com as assembleias legislativas incorporando às
suas agendas o debate de leis locais para combater a imigração indocumentada.
No caso do Alabama, The New York Times denunciou que a Lei HB 56 obrigou
milhares de hispânicos a abandonar seus lares, e as empresas a fechar suas
operações. Enquanto isto, os empresários perguntam-se para onde foram seus
trabalhadores. Com isto, o Alabama registra um êxodo de trabalhadores que põe
em risco as colheitas.
O jornal afirmou ainda que os agricultores temem que os cultivos não sejam
feitos, situação que se está vivendo em outros estados com leis similares, como
Arizona, Geórgia e Carolina do Sul. E acrescentou que muitos cidadãos
americanos não possuem o treinamento, a resistência e a vontade para trabalhar
nos campos, tarefas considerada uma das mais difíceis de ser feita.
Ressaltou ainda que a história dos Estados Unidos mostra que a assimilação é
mais eficaz do que a deportação maciça. E destacou que, embora a primeira
geração possa ser pobre, seus filhos crescerão e se tornarão cidadãos
produtivos e contribuintes.
O diário aconselhou outros estados que estão tentados a aprovar leis como a do
Alabama que olhem detalhadamente as consequências do que está ocorrendo ali.
Ninguém está ganhando neste caso, sublinhou o artigo do jornal.
Fonte: (da redação)