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Publicado em 11/05/2012 as 12:00am

Governador de MA aceita programa anti-imigrante

"Eu vou cumprir a lei", disse Deval Patrick durante uma coletiva, dando indícios de que não há mais nada a fazer

Enquanto o governador de Massachusetts, Deval Patrick, se resigna de participar do programa federal "Secure Communities", alguns ativistas dos direitos humanos levantam faixas afirmando que se ele assinar a parceria, estará forçando os imigrantes em situação ilegal se esconderem da polícia local.

O programa promove uma parceria entre os policiais e agentes do FBI e Imigração, na qual eles trocam informações sobre imigrantes detidos. Desta forma, todos os que foram abordados em trabalhos de rotina, poderão ter as suas digitais e demais informações encaminha para um dos serviços citados anteriormente.

O Governador tem resistido à aplicação do programa em seu estado, mas depois que as autoridades federais anunciaram que o "Secure Communties" será ativado em Massachusetts com ou sem a sua autorização, ele deu um discurso aceitando a imposição, mas exige algumas modificações.

Deval assumiu compromisso com o ICE de que os policiais locais compartilharão os dados com os escritórios federais, mas quer que os ajustes anunciados há pouco tem sejam feitos, os quais evitarão que o medo se propague entre as pessoas. "Eu acho que é muito importante que as pessoas vejam o programa como uma questão de segurança pública e não como uma perseguição", disse durante uma coletiva de imprensa, na manhã de quinta-feira (10).

A coletiva aconteceu depois que grupos defensores de imigrantes convocaram o governador para dar uma posição sobre o assunto. Os ativistas exigiram pulso firmo de Deval Patrick, no sentido de resistir a entrada do programa no estado, a qual está programada para o dia 15 de maio. "Eu vou cumprir a lei", disse o chefe do Executivo, deixando claro que não há mais nada a fazer.

O governador disse que não ficou surpreso com a notícia da ativação do programa, pois ele sabia que isso aconteceria até 2013. "Mas sempre lutei para que houvesse algumas modificações, pois não quero que um programa que visa dar segurança, gere medo e insegurança nas pessoas", ressaltou.

Os opositores argumentam que o programa vai servir como um "arrastão", que deportará muitas pessoas que não apresentam perigo á segurança pública. Entre outubro de 2008 e setembro de 2011, o ICE deportou cerca de 11% dos 3.435 imigrantes que estavam no Condado de Suffolk.

Segundo uma nota divulgada pelo ICE, mais da metade dos deportados foram expulsos do país apenas por apresentarem problemas de situação imigratória. "Eles não eram criminosos", fala o relatório.

A deputada Denise Provost (D-Somerville), chamou o programa de "desvio de poder federal" e citou casos de mães de Somerville que foram separadas de seus filhos e deportadas para seus países de origem. "Isso nos lembra os tempos de escravidão, quando familiares foram tirados de seus lares para serem levados para outras regiões", fala concluindo que o que os norte-americanos chamam de "imigração ilegal, na verdade é escravidão econômica".

Ela culpa o governo federal por não conseguir passar uma reforma imigratória ampla, que venha resolver os problemas no país. "Se a esfera federal fizesse algo, com certeza programas como este não seriam preciso", acrescenta.

A grande preocupação dos ativistas e opositores é que o programa gere uma onda de ódio racial, pois policiais poderão abordar uma pessoal pelo simples fato dela não apresentar um perfil de cidadão estadunidense. Apesar das autoridades acreditarem que isso não aconteça, todos sabem que existe um grande grupo de policiais que já perseguem os imigrantes e isso aumentará quando eles ganharem "status de Imigração".

De qualquer forma, mesmo diante de todas as manifestações contrárias, o programa será implantado dia 15 deste mês. "Só esperamos que não venha promover o medo entre as pessoas", finaliza Deval Patrick.

Fonte: Brazilian Times

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