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Publicado em 1/05/2013 as 12:00am

Vale do Silício se organiza para ter mais trabalhadores imigrantes temporarios

Empresas de tecnologia batalham em Washington para facilitar o processo de imigração enquanto pressionam para contratar mais trabalhadores do exterior

Vishal Sankhla, engenheiro indiano, é uma das pessoas envolvidas diretamente na reforma do sistema de imigração dos Estados Unidos. Sankhla completou o mestrado em engenharia elétrica nove anos atrás na Universidade do

Sul da Califórnia. Depois foi trabalhar na Cisco. Por fim, ele abriu a própria startup, que atraiu US$ 4,5 milhões em

financiamentos do Vale do Silício. Havia só um problema: ele estava nos EUA graças a um visto de temporário, sem imaginar se e quando obteria a residência permanente. O empresário permanece no limbo, o que o preocupa tanto quanto tocar o negócio. "É uma distração constante. Você não consegue ficar sossegado por conta da incerteza do status do visto." O Vale do Silício está batalhando em Washington, visando à facilitação do processo de imigração para milhares de pessoas como Sankhla, muitas delas engenheiros indianos, enquanto pressiona para contratar muitos mais trabalhadores "hóspedes" do exterior. Poucas vezes o segmento mostrou tanta determinação em relação a uma questão de política nacional, contando com o envolvimento pessoal de executivos como Mark Zuckerberg, do

Facebook, e John T. Chambers, da Cisco. Parece que a iniciativa está dando resultado. "Creio que teremos um  esultado equilibrado, tirando proveito do valor que os imigrantes trazem à economia sem tirar a proteção aos trabalhadores americanos", declarou Scott Corley, diretor da Compete America, associação do setor que conta com Google e Intel. A parte polêmica de tudo isso é o aumento potencial dos trabalhadores temporários do exterior. Críticos temem que se trate de uma armadilha para baixos salários. Problemas na lei A lei atual limita quantos vistos permanentes podem ser emitidos às pessoas de cada país, independentemente da sua população. Em termos práticos, isso significa que interessados de países como China e Índia, dotados de grande suprimento de engenheiros jovens, muitas vezes formados nos EUA, esperam mais tempo pela residência permanente do que os provindos da maioria dos outros países. O visto de emprego temporário, geralmente um H-1B, se tornou uma espécie de estação intermediária para eles. "Caso você fosse o vice-presidente de Recursos Humanos dos EUA, iria gostar de ter uma regra dizendo que se houver muito trabalho e existir necessidade de pessoas qualificadas, é possível trazê-las", disse Dan Siciliano, pro- fessor de direito na Universidade Stanford. "Ao mesmo tempo, você iria querer ter um jeito de trazer gente muito qualificada e, talvez, escolher converter seu status para que possam ficar mais tempo." Uma ampla gama de organizações americanas buscam trabalhadores H-1B ara funções técnicas, desde o time de beisebol Boston Red Sox e a cadeia de lojas Nordstrom até empresas de tecnologia como Google e Microsoft. Empresas de terceirização costumam fazer grandes pedidos de H-1B, o que as torna ainda mais polêmicas. Segundo críticos, tais firmas importam engenheiros com conhecimentos básicos e pagam baixos salários. "É um convite para os empregadores entrarem no jogo de arbitrar o salário", afirmou Ron Hira, professor assistente de política pública do Instituto Tecnológico de Roch- ester, Nova York, e crítico do programa. De acordo com os cálculos de Hira, nove ntre dez grandes blocos de pedidos de H-1B vieram de terceirizadoras, como a Cogni- zant, de Nova Jersey, seguida pela indiana Tata Consultancy Services.

Condenação Os trabalhadores hóspedes podem se sujeitar a práticas de trabalho injustas sob a lei americana. Num dos maiores casos, a Tata Consultancy Services fechou um acordo numa ação coletiva de US$ 29 milhões na Califórnia, na qual foi acusada de se apoderar do reembolso de impostos federais de aproximadamente 12,8 mil trabalhadores temporários en- tre 2002 e 2005. O acordo resultará em média em US$ 1,6 mil para cada empregado. A Tata não admitiu nenhum tipo de transgressão. O porta-voz da empresa não quis comentar seu uso de vistos H-1B, citando regras que limitam declarações por parte da companhia antes da divulgação trimestral de lucros. Um relatório de 2011 do órgão responsável por auditar licitações do governo americano constatou que metade dos portadores do visto H-1B recebia salários iniciais. A nova lei pode exigir que as empresas paguem mais aos trabalhadores temporários. Ainda não está claro se isso valeria apenas para empresas de terceirização. Quem apoia o programa destaca que os novos trabalhadores H-1B admitidos anualmente representam menos de 1% da mão de obra  total americana e que as empresas de terceirização representam uma minoria de empregadores. Stuart Anderson, da National Foundation for American Policy, organização de pesquisa de Washington, concluiu que nos últimos cinco anos, as 25 maiores terceirizadoras representaram de 7% a 27% de todos os vistos H-1B emitidos. Quanto ao resto, muitos são usados por Vishal Sankhla (ao centro) e parte da equipe da Viralheat: o engenheiro indiano, dono da startup, vive a incerteza do visto temporário aspirantes a imigrantes na busca de empregos e depois esperar pelo visto permanente. Sankhla passou de H-1B a outra categoria temporária reservada para pessoas com "habilidade extraordinária", permitindo-lhe continuar com sua startup, Viralheat, com sede em San Mateo, Califórnia, que pesquisa o sentimento do consumidor em plataformas de mídia social como o Facebook. Entre os 16 funcionários, quase a metade tem vistos provisórios aguardando um permanente. O pedido de Sankhla por um permanente já foi recusado an- tes. Ele está tentando novamente. Uma nova lei da imigração teria efeito enorme sobre sua família. A mulher, engenheira da Netflix, tem visto H-1B, bem como o irmão, vindo de Bombaim.

Fonte: Brazilian Times

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