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Publicado em 6/08/2017 as 2:00pm

Trump quer só imigrantes que falem inglês e tenham dinheiro

Presidente considera anacrônica atual política de imigração. Proposta de lei não deve reunir consenso nas fileiras dos republicanos.

Trump quer só imigrantes que falem inglês e tenham dinheiro Trump fala sobre a proposta de lei dos senadores Tom Cotton, à esquerda, e David Perdue, à direita na Sala Roosevelt, ontem na Casa Branca

O presidente Donald Trump quer reduzir para metade o número de vistos de residência permanente atribuídos anualmente e impor novos critérios para a entrada de imigrantes. Para Trump, irá assistir-se "à mais importante reforma no nosso sistema de imigração do último meio século".

O presidente anunciou na terça-feira, dia 1º, o seu apoio a uma proposta de lei dos senadores republicanos David Perdue e Tom Cotton, inicialmente apresentada em abril e agora reformulada para conter aspetos considerados importantes por Trump. Durante a campanha eleitoral de 2016, a redução dos níveis de imigração e as restrições à entrada de mão-de-obra não qualificada foram uma das suas promessas.

Atualmente são atribuídos por ano mais de um milhão de green cards (vistos de residência permanente) e o objetivo é reduzir este número para metade ao longo da próxima década. Para Trump, a medida, a ser aprovada, terá carácter "histórico" e será "absolutamente vital" para a economia dos Estados Unidos. Representará, de facto, uma alteração à política de facilitar a entrada no país de familiares de estrangeiros já fixados nos EUA ou de pessoas que obtiveram a cidadania americana. Um dos principais aspetos da proposta dos senadores Perdue e Cotton é a restrição das pessoas de família que podem invocar esses laços para entrarem nos EUA. Assim, apenas o cônjuge e os filhos menores passam a poder fazê-lo, ficando de fora os filhos maiores de idade e os irmãos dos já residentes.

A maior alteração, e que resulta da iniciativa do próprio presidente no seguimento do que defendeu na campanha, é a criação de um denominado sistema de mérito, favorecendo aqueles fluentes em inglês e com competências profissionais específicas. Em paralelo, um certo desafogo financeiro será também levado em linha de conta.

Ao longo da campanha, Trump afirmou repetidas vezes que a entrada de imigrantes sem formação profissional e de fraco ou nenhum nível de fluência em inglês comprometia as oportunidades de trabalho dos americanos, além de representar um risco para a segurança nacional.

O anúncio do presidente foi feito ontem na Sala Roosevelt, na presença dos dois senadores, tendo a proposta de lei recebido a designação de RAISE Act (Reforming American Immigration for Strong Employment, ou em português lei da reforma da imigração para garantir mais emprego). Na ocasião, Trump afirmou que a presente situação é anacrónica, "não é justa para a nossa gente, para os nossos cidadãos, para os nossos trabalhadores", e põe em risco os direitos dos imigrantes de longa data e os elementos das minorias raciais, contribuindo ainda para manter os salários mais baixos.

Para Trump, o processo de candidatura para os vistos irá tornar-se "mais competitivo, favorece os candidatos que sabem falar inglês, que podem sustentar-se financeiramente a si próprios e às suas famílias e que possuem aptidões profissionais que favoreçam a nossa economia".

A aprovação da proposta dos dois republicanos não era dada como adquirida quer no Senado quer na Câmara dos Representantes, sendo antecipada forte resistência dos democratas e de alguns republicanos eleitos por estados onde existe uma forte percentagem de imigrantes. ONG que trabalham no apoio a este setor da população e também de alguns setores empresariais, que dependem de mão-de-obra barata, irão também opor-se. The Washington Post escrevia ontem que a tradicional lotaria de 50 mil green cards deixará de existir e o número de entrada de refugiados ficará restrito a 50 mil pessoas. Ao mesmo jornal, o diretor da National Foundation for American Policy, Stuart Anderson, criticou os pressupostos da proposta de lei, afirmando que "ter uma licenciatura não é necessariamente equivalente a ser uma mais-valia para a economia dos EUA".

Fonte: Redação - Brazilian Times

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