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Publicado em 14/10/2017 as 8:00am

Trump troca jovens imigrantes por muro com o México

Proposta visa restringir a imigração para o país. Democratas recusam negociação de "princípios" apresentados pela Casa Branca.

"Está-se perante mais um exemplo da agenda supremacista branca - o objetivo é criminalizar e deslegitimar os latinos" na sociedade americana, declarava ontem Luis Vicente Gutiérrez, eleito democrata na Câmara dos Representantes por um círculo de maioria hispânica em Chicago, reagindo ao documento apresentado pela Casa Branca, em que Donald Trump se propõe manter o programa de apoio a jovens imigrantes ilegais em troca de financiamento do muro na fronteira como México.

Os quase 70 "princípios", como são designados no texto divulgado pela Casa Branca, apontam para uma reforma total das políticas de imigração, que se tornariam mais restritivas, ao mesmo tempo que Trump se comprometeria a avançar com legislação para proteger os jovens chegados aos EUA em condições ilegais com menos de 16 anos e que não tivessem mais de 31 anos em junho de 2012, data em que o ex-presidente Barack Obama anunciou a sua aplicação. A Administração Trump anunciou no passado dia 6 de setembro o fim do programa conhecido pelo acrónimo DACA (Deferred Action for Childhood Arrivals) e que permite, à chegada, o adiamento da deportação dos jovens e a obtenção de uma licença temporária de trabalho por dois anos. Ao fim deste período de tempo, a situação é analisada e o DACA pode ser renovado.

A justificação da Casa Branca foi a de que o DACA era uma forma de amnistia ilegal e que os tribunais se preparavam para declará-lo inconstitucional, o que poria em risco a situação de cerca de 690 mil pessoas abrangidas (também conhecidas como Dreamers). Isto num total de 11 milhões de ilegais a viverem nos EUA, a maioria de origem hispânica, salientava ontem a Reuters. Na época, Trump deu seis meses às duas Câmaras do Congresso para viabilizarem uma alternativa.

O documento, que a Casa Branca considera uma base de negociação para aquela alternativa, foi entregue aos líderes republicanos e democratas nas duas Câmaras, com este último, a representante Nancy Pelosi e o senador Chuck Schumer, a emitirem um comunicado conjunto, declarando que os princípios ontem enunciados "significam o fim de qualquer tentativa de compromisso". Pelosi e Schumer jantaram com Trump há cerca de três semanas na Casa Branca e teriam chegado a um acordo de princípio para se encontrar uma alternativa ao DACA, alternativa agora comprometida segundo os democratas. No comunicado, Pelosi e Schumer recordam terem dito "ao presidente que estávamos disponíveis para [aprovar] medidas de segurança fronteiriça razoáveis (...) mas isto vai para além de tudo que seja razoável".

A inclusão do projeto de construção do muro e seu financiamento, que "foi explicitamente excluído das negociações" vai inviabilizar as negociações, avisam os democratas. Além da questão do controverso muro, para o qual Trump tem procurado, em diferentes ocasiões, obter financiamento sem sucesso, as propostas da Casa Branca incluem regras mais duras para os candidatos a asilo nos EUA, a simplificação do processo de repatriação de menores não acompanhados que tentam entrar no país e a revisão do sistema de vistos de residência permanente, os green cards. Prevê-se ainda a contratação de mais de 12 mil pessoas para diferentes funções nos serviços de imigração e controlo de fronteiras, o fim de subsídios federais às chamadas "cidades santuário" (onde existem restrições à deportação de ilegais) e a criação de listas de pessoas interditas de entrar nos EUA, como membros do crime organizado e mulheres e filhos de traficantes.

Fonte: Redação - Brazilian Times

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