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Publicado em 18/10/2017 as 2:00pm

Imigrante “sem país” rouba $2 mil de idosa cadeirante em Boston

Desde 2001, o ICE não consegue deportar Sreynoun Lunn por ele não ter cidadania reconhecida em nenhum país.

Imigrante “sem país” rouba $2 mil de idosa cadeirante em Boston ICE não consegue deportar o imigrante criminoso porque ele não tem cidadania reconhecida em nenhum país.

Um homem que está no centro de uma decisão histórica do Tribunal de Massachusetts sobre pedidos de detenção de imigração foi acusado de agressão, roubo desarmado, tentativa de agressão.

De acordo com Kale Wark, porta-voz do escritório do Procurador do Distrito do Condado de Suffolk, o imigrante Sreynoun Lunn, 32 anos, foi indiciado dia 11, no Tribunal Municipal de Boston, depois que ele é um comparsa, supostamente, tiraram à força a quantia de US$2,000 de uma mulher de 65 anos de idade em uma cadeira de rodas. O roubo aconteceu no do anterior em West End Boston.

Lunn se tornou conhecido em todo o país quando o Supremo Tribunal de Massachusetts (SJC, sigla em inglês) determinou que as autoridades locais não têm autoridade, sob o estatuto do estado, para deter uma pessoa baseado unicamente em um pedido de custódia do Immigration and Customs Enfercement (ICE).

No caso de Lunn, as acusações de roubo foram arquivadas em fevereiro, mas os oficiais do ICE solicitaram aos funcionários do Condado de Suffolk que o mantivessem sob custódia por até dois dias enquanto eles buscavam uma ordem de deportação.

O imigrante tinha uma condenação anterior por acusações de invasão a residências, foi detido pelo ICE por três meses, mas a agência não conseguiu removê-lo do país. Filho de pais cambojanos, ele nasceu em um campo de refugiado na Tailândia e nenhum país reconhece a sua cidadania. Por isso, em uma audiência no Tribunal Superior de Massachusetts, em 2001, não foi possível deportá-lo e com a Imigração não pode manter alguém detido indefinidamente, ele foi solto.

Jessica Vaughan, diretora de estudos do Center for Immigration Studies, que defende políticas de imigração mais rigorosas, disse que o caso de Lunn revela várias vulnerabilidades no sistema imigratório dos Estados Unidos. “Este caso ilustra os problemas que surgem com a decisão da SJC e a falta de uma execução de leis que promovam a segurança pública para permitir que o ICE detenha pessoas quando seus países não as aceitam”, disse. “O problema é que eles acabam colocando estas pessoas de volta à comunidade e dado oportunidade delas cometer novos crimes. Este crime contra a senhora cadeirante poderia ter sido evitado”, acrescenta.

Ela também cita que a prisão de Lunn ilustra as vulnerabilidades das políticas de regiões santuários. Mas o imigrante não foi liberado como resultado de qualquer política de cidade chamada Santuário. Na verdade, ele foi detido pelas autoridades locais a pedido do ICE, enquanto a agência tentava deportá-lo para o Camboja ou Tailândia. Somente depois que nenhum dos dois países aceitou recebê-lo foi que o ICE se viu obrigado a soltá-lo.

Eva Millona, diretora-executiva do Massachusetts Immigrant and Refugee Advocacy Coalition, disse que não há como ligar a decisão do SJC à recente prisão de Lunn. "Tanto quanto as forças anti-imigrantes tentarão politizar a prisão deste imigrante, isso não tem nada a ver com o caso do Supremo Tribunal Judicial sobre sua detenção ilegal", disse. "Ele é um homem sem país e a Constituição, você sabe, aplica-se a todos, independentemente de onde eles nasceram. Por isso, [ICE] não pode deter as pessoas indefinidamente e é por isso que ele foi liberado".

Millona disse que reconhece que Lunn está sujeito às mesmas leis que governam todos na comunidade. "Ele [alegadamente] cometeu um crime e tem que sofrer as consequências. Ele está sob a custódia da polícia e eles devem fazer o seu trabalho", acrescentou.

Lunn deverá retornar ao tribunal, novamente, em 8 de novembro.

Fonte: Redação - Brazilian Times

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