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Publicado em 21/02/2018 as 6:00pm

Preso pelo ICE, professor de química só pôde ver a família através das janelas da prisão

O dia finalmente chegou que o encarcerado Syed Ahmed Jamal pensou que iria conversar com sua...

Preso pelo ICE, professor de química só pôde ver a família através das janelas da prisão A família de Jamal não conseguiu entrar no presído para vê-lo.

O dia finalmente chegou que o encarcerado Syed Ahmed Jamal pensou que iria conversar com sua esposa e os três filhos, depois de quase um mês preso por agentes do Immigration and Customs Enforcement (ICE). Mas não aconteceu da maneira como ele esperava ou planejou.

Na tarde de domingo, dia 18, o encontro aconteceria e sua família não estava ciente das regras da prisão do Condado de Platte, no Missouri, que exigem que os visitantes cheguem 30 minutos antes do horário agendado da visita. Por isso, não foi possível a família se reencontrar e apenas a advogada do imigrante foi autorizada a entrar para vê-lo.

Abalada por não poder ver o marido, a esposa abaixou-se até uma janela na parte inferior da porta, conseguindo olhar através do corredor curto e através de outra janela que dava para a sala de entrevistas onde Jamal estava.

Ela o viu vestindo roupas de cor laranja e listras brancas. Os olhares se cruzaram e ambos puderam apenas trocar sorrisos.

Jamal, um professor de química do Kansas, cuja a prisão e uma deportação pendente chamou a atenção de pessoas em todo o mundo. O imigrante, que vive nos Estados Unidos há 30 anos, com visto vencido, está sob custódia do ICE desde o dia 24 de janeiro. Desde que foi preso, no quintal da sua casa, ele não viu a sua família.

Sem chances de trocar palavras, no domingo, eles acenaram, com as crianças em lágrimas. Fared, o filho mais novo, de sete anos, empurrou o rosto contra o vidro que os separavam. Quando eles se afastaram, o menino foi arrastado pelo braço pelo seu irmão mais velho, Taseen, de 14 anos.

"Ele está devastado; seus filhos estão devastados", disse a advogada de Jamal, Rekha Sharma-Crawford. "É uma tragédia humana para alguém que não é um criminoso".

Sharma-Crawford disse que fez três telefonemas para os funcionários da prisão na semana passada para organizar a visita da esposa de Jamal, seus três filhos nascidos nos EUA e o irmão de Jamal. Em cada ligação, segundo ela, a direção da prisão confirmou que a visita seria às 1 p.m., mas ninguém avisou que eles precisavam chegar às 12h30.

O major Erik Holland, porta-voz do escritório do xerife do condado de Platte, disse que a política é publicada no site do escritório do xerife e no manual da prisão entregue aos presos. De acordo com ele, a política é necessária para que os internos possam ser transferidos para suas visitas de forma ordenada e segura. Há presos que devem ser separados um do outro. "As mesmas regras que se aplicam ao senhor Jamal são as mesmas regras que se aplicam a todos os outros na instalação", disse.

Os funcionários da prisão disponibilizaram a sala de entrevista mais próxima para a reunião de Jamal com seu advogado para que sua família pudesse pelo menos vê-lo através dos dois conjuntos de janelas. "É ultrajante", disse Sharma-Crawford. "Seus filhos esperaram um mês para vê-lo. Não entendo como uma sociedade civilizada faz isso às crianças?".

A esposa de Jamal, Angela Zaynaub Chowdhury, rastreou os movimentos de Jamal de um centro de detenção para outro desde a sua prisão.

Jamal, de 55 anos, foi transferido do Missouri para o Texas e as autoridades o colocaram em um voo para o Bangladesh no dia 12, quando o Board of Immigration Appeals lhe concedeu uma suspensão da deportação. Ele foi retirado de um avião no Havaí e retornou ao Missouri, enquanto seu caso é reanalisado.

Uma vez que ele estava sob custódia na prisão do condado de Platte, foi possível que Chowdhury fizesse uma visita. Mas agora eles terão que esperar e tentar novamente no próximo domingo.

Jamal entrou nos Estados Unidos em 1987, com um visto de estudante para frequentar a Universidade Rockhurst. Quinze anos depois, ele retornou a Bangladesh por ordens de saída voluntária.

Ele retornou para a América alguns meses depois, com a esposa, e seu visto estava vinculado ao dele. O visto de trabalho H-1B de Jamal, emitido para entrada de pessoas altamente qualificadas, permitiu que o cientista trabalhasse quatro anos no Children's Mercy Hospital.

Quando cursou um doutorado em biologia molecular na Universidade do Kansas, ele ultrapassou o visto de estudante. Isso também colocou o status de Chowdhury em perigo.

As crianças do casal têm 14, 12 e 7 anos de idade.

Os advogados de Jamal pediram à Immigration and Customs Enforcement para libertar Jamal para que ele fique com a esposa e filhos, enquanto aguarda novos processos legais para resolver o seu status legal.

Fonte: Redação - Brazilian Times

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