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Publicado em 23/02/2018 as 8:00am

Jovens brasileiros criados nos EUA continuam a lutar contra deportação

Thaís cresceu em uma cidade bastante populosa de New Jersey. Seus pais são paraenses e têm...

Thaís cresceu em uma cidade bastante populosa de New Jersey. Seus pais são paraenses e têm green card, seu irmão mais velho casou com uma norte-americana, tornou-se cidadão do país e hoje trabalha como policial. Mas Thaís agora corre o risco de, sem sua família, ser forçada a deixar os EUA.

Essa é a situação de cerca de 700 mil jovens de diferentes nacionalidades que chegaram aos EUA de forma ilegal quando crianças, levados por seus pais. "Cheguei quando tinha 5 anos e meu irmão 12. Meus pais queriam que nós tivéssemos uma educação melhor", diz Thaís Marques ao UOL, em um português claudicante. Aos 23 anos, ela é beneficiária do programa Daca, criado pelo governo Barack Obama (2009 - 2017) que permitiu a jovens imigrantes sem documentação, os chamados "dreamers" (sonhadores, em inglês), estudar e trabalhar no país em que foram criados e ao qual estão adaptados.

O programa, no entanto, foi interrompido pela administração do presidente Donald Trump e sua cruzada contra imigrantes. Para Thaís, como para os outros jovens, isso significa deixar toda uma vida para trás e retornar ao país em que nasceram, mas com o qual têm pouca ou nenhuma familiaridade.

Há 17 anos ela vive em Newark (NJ). Foi onde frequentou a escola e posteriormente a universidade --estudou ciências políticas na Rutgers University. Atualmente está em Nova York, trabalhando em uma incubadora de projetos sociais chamada ThePowerLab.

Há alguns anos, seus pais obtiveram o "green card", mas por já ter mais de 21 anos quando a autorização saiu, ela não pode receber o documento junto com a família. "Eu tenho família no Brasil, mas a última vez em que estive no país tinha 5 anos. Meu português não é tão bom como era antigamente. Não tenho tanto acesso à minha cultura, não tenho pessoas com quem posso conversar em português", diz.

Lucas Codognolla, 27, chegou os EUA quando tinha 9 anos

Também assim se sente Lucas Codognolla, 27, natural de Poços de Caldas (MG) e outro beneficiário do programa. Lucas chegou aos EUA aos 9 anos --a família foi morar em Nova York, o pai passou a trabalhar com carpintaria e a mãe, limpando casas. "Eu me lembro de chegar aqui em abril de 2000.

O segundo dia que chegamos já nevou e foi a primeira vez que vi neve na minha vida. Para mim foi uma experiência bem legal", lembra. "Mas com 9, 10 anos de idade, não sabia que eu ia entrar nesse problema de estatuto migratório", conta. Para ele, uma criança ou jovem que chega a um país estrangeiro assume muitas responsabilidades desde cedo. "Entrei na escola e não tinha muitas pessoas que falavam português, então aprendi muito rápido o inglês. Eu era a pessoa que traduzia para os meus pais quando pedíamos comida ou quando eles iam ao 'doutor', à farmácia, tudo.

Era uma responsabilidade bem grande para uma criança, então assimilei muito rápido a cultura dos norte-americanos." Lucas também se formou em ciências políticas e hoje é diretor de uma organização que auxilia imigrantes sem documentação. Ele é o mais velho de quatro irmãos. Assim como Thaís, o restante de sua família tem autorização para permanecer no país --os dois irmãos mais novos são cidadãos norte-americanos, nasceram nos EUA, e o terceiro tem visto permanente.

Fonte: Redação - Brazilian Times

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