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Publicado em 20/06/2018 as 10:00am

Em tribunal, brasileiro diz que se voltar ao Brasil vai morrer

"Por favor me perdoe. Eu vim com toda a minha família porque não queria que morrêssemos”, disse Márcio a um juiz de imigração.

Em tribunal, brasileiro diz que se voltar ao Brasil vai morrer Após ser preso na fronteira, casal brasileiro é separado dos filhos.

Márcio Goulart do Nascimento estava algemado, vestindo um macacão de prisioneiro na cor azul, em um tribunal federal com outros 11 homens na tarde de sexta-feira, dia 15. O caso foi registrado na cidade de El Paso, no Texas.

Há duas semanas, próximo a El Paso, agentes da Patrulha capturaram o brasileiro, que tentava atravessar a fronteira entre os Estados Unidos e México com sua esposa Eliana, um filho de nove anos e uma filha de 15. O casal foi preso e as crianças separadas dos pais, dividindo a família.

Essa foi a última vez que ele viu seus filhos.

No tribunal de El Paso, a política de "tolerância zero" imposta pelo presidente Donald Trump contra a imigração ficou evidente. Anunciado pelo procurador-geral dos EUA, Jeff Sessions, em abril, a política significa que todos os que forem apanhados atravessando ilegalmente a fronteira serão processados e isso resultou em mais adultos presos e, nas últimas seis semanas, cerca de 2.000 crianças separadas de seus pais.

Todos os dias, dezenas de pais da América Central e do Sul enfrentam acusações de tentar entrar ilegalmente nos EUA e tentar contar a sua história para permanecer no país.

Depois de condenar Goulart do Nascimento por entrar ilegalmente nos EUA, o juiz Miguel Torres perguntou se ele queria dizer alguma coisa ao tribunal.

“Eu decidi vir para os Estados Unidos com minha esposa e dois filhos, porque se eu ficasse no Brasil eles matariam toda a minha família”, disse o brasileiro a Torres, com olhar de desânimo.

Nos momentos abertos para ele falar, o operário brasileiro de 38 anos disse, por meio de um intérprete, por que fugiu de sua cidade natal, Vitória, a cerca de sete horas a nordeste do Rio de Janeiro.

"Eu queria apresentar uma queixa contra uma casa de drogas no meu bairro", disse ele. “Então eu fui à delegacia de polícia para reclamar sobre esse local de tráfico e eles me disseram que se eu registrasse uma queixa seria morto. Foi quando decidi fugir com minha esposa e filhos para os Estados Unidos. Eu fiquei sabendo ontem que eles mataram meu senhorio porque ele nos ajudou a fugir para este país”, continuou.

Emocionado, o brasileiro segue com seu depoimento: "Por favor me perdoe. Eu vim com toda a minha família porque não queria que morrêssemos”.

Logo depois de terminar sua declaração, Goulart teve uma convulsão. Outros prisioneiros o pegaram, e um funcionário da corte conseguiu sentá-lo em uma cadeira enquanto seu corpo ficava mole e os olhos fechados.

O juiz pediu um paramédico e os oficiais de justiça levaram o brasileiro para uma cela de detenção. Isso interrompeu o processo, mas apenas momentaneamente.

Fonte: Redação - Brazilian Times

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