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Publicado em 23/07/2018 as 10:00am

Mãe e filho brasileiros separados pela Imigração se reencontram em Boston

Apoio do Centro do Trabalhador Brasileiro foi decisivo para libertação do garoto de 9 anos, que ficou 44 dias num abrigo do governo no Texas.

Mãe e filho brasileiros separados pela Imigração se reencontram em Boston A brasileira com membros do BWC.

Uma vitória para a comunidade imigrante. Assim pode ser considerado o reencontro da brasileira W.R, anos, e seu filho A.R, 9 anos. Eles ficaram separados por 44 dias, após a Imigração prender a mãe e levar o filho para um abrigo do governo na cidade de Baytown, no Texas.

O reencontro emocionante foi no último sábado, no Aeroporto Internacional de Boston, quando depois de muitos entraves jurídicos, eles conseguiram finalmente estar juntos novamente. O apoio do Brazilian Work Center (Centro do Trabalhador Brasileiro) foi fundamental durante todo o processo.

A brasileira abraça o filho e se emociona

Na manhã desta segunda-feira, 16, uma conferência de imprensa na sede da instituição reuniu os principais jornais e canais de TV de Boston, que puderam conhecer a história da brasileira e saber sobre os próximos passos do processo.

W.R é de Cuparaque (Minas Gerais) e veio para os Estados Unidos pela fronteira do México, quando foi presa pela Imigração. Ela alega que estava sofrendo violência e perseguição do marido no Brasil e viajou em busca de mais segurança e oportunidades. Sem falar inglês e separada do filho, W. pediu ajuda para um irmão que mora na região de Boston. Foi ele quem entrou em contato com o Centro do Trabalhador, que imediatamente iniciou o acompanhamento do caso.

A diretora executiva do Centro de Imigrante, Natalicia Tracy fez contato com escritórios de advogados e conseguiu o apoio de Ivan Espinoza-Madrigal, diretor executivo do Lawyer’s Committee, em parceria com WilmerHale. Desde então, o caso virou uma verdadeira batalha jurídica.

Segundo o advogado, o governo federal usou vários obstáculos burocráticos para separar mãe e filho. A mulher nem sequer tinha o número de identificação da criança, o que dificultava ainda mais a reaproximação, mesmo ela tendo ganhado liberdade antes que o menino. “Eles argumentavam que a separação foi necessária e feita com base no interesse público da aplicação das leis”, disse Madrigal.

Ainda de acordo com ele, “o governo falhou em não apresentar base legal para a separação e por ter se recusado a reunir a família. Esta é uma campanha deliberada do governo Trump para intimidar e punir imigrantes. Antes de conseguir a libertação da criança, a mãe passou por momentos de angústia. “Nós a acompanhamos nas conferências, ajudamos a fazer os contatos e a tradução, além de estarmos presentes no momento em que tiveram de oferecer as impressões digitais”, afirma Lenita Reason, Coordenadora de Projetos de Saúde e Segurança do Centro do Trabalhador.

Os agentes do governo chegaram a submeter W. a um curso sobre como cuidar de crianças antes de devolver a ela a guarda do filho. "Estamos sob cerco. Como imigrantes, até nossos direitos humanos e direitos civis estão sob ataque. Exigimos o fim imediato dessa injustiça", ressalta Natalicia Tracy, diretora executiva do CTB.

Ivan Espinoza-Madrigal, diretor executivo do Lawyers Committee.

Apreensão e repercussão do caso

Ainda surpresa com toda a repercussão, W. se diz eternamente grata pela ajuda do Centro do Trabalhador, pois caso contrário imaginava nunca mais ter o filho de volta. “Eu só tenho a agradecer por todo apoio, assistência e força que recebi, pois todos foram verdadeiros anjos que me ajudaram a ter meu filho de volta”, disse emocionada durante a coletiva de imprensa.

Desde sábado na região de Boston, mãe e filho tentam iniciar uma rotina no país. “Ele ainda está confuso com tudo o que aconteceu e não fala muito sobre como foi o tempo passado no abrigo. Agora vamos ter ajuda de uma psicóloga para ajudá-lo a superar esse trauma”, disse a brasileira.

Ela agora está sendo ajudada pela família e amigos e pretende matricular o filho numa escola nos próximos dias. “O que vivi foi terrível, pois nunca tinha visto nem em filme. Eles me colocaram numa cela com mais 90 mulheres e por 12 dias ficamos sentadas uma ao lado da outra, pois não havia espaço para esticar e dormir. Nos cobríamos com uma espécie de papel alumínio e nos davam macarrão instantâneo como refeição. Longe do meu filho e sem saber se iria revê-lo, vivi os piores dias da minha vida”, contou W.

Para se ter uma ideia da repercussão do caso, a brasileira teve apoio até da congressista Katherine Clark (MA-5), do senador Edward Markey e da senadora Elizabeth Warren.

Agora, os próximos passos serão as audiências em cortes, que terão o acompanhamento da advogada Lucy Heenan Ewins, do escritório WilmerHale, e suporte do centro. Também foi lançada uma campanha online para arrecadar fundos para custear o processo. Até na manhã de segunda-feira, haviam sido arrecadados aproximadamente $ 7 mil dólares no GoFundMe Campaign: https://www.gofundme.com/uniting-children-with-their-parents.

W.R é de Cuparaque, Minas Gerais, e veio para os EUA pela fronteira do México.

 

Fonte: Fabiano Ferreira

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