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Publicado em 19/09/2018 as 10:30am

Ativistas dizem que o ICE os proibiu de ajudar os imigrantes depois do protesto

Bud Conlin, um ex-diretor do ensino médio, aparece no Centro de Processamento Krome uma vez por...

Bud Conlin, um ex-diretor do ensino médio, aparece no Centro de Processamento Krome uma vez por semana desde 2014. Ele é o co-coordenador do Friends of Miami-Dade Detainees, uma organização sem fins lucrativos que visita pessoas no centro de detenção do Departamento de Imigração e Alfândega (ICE, sigla em inglês).

Ele compra livros e coloca dinheiro em cartões telefônicos dos detidos. O ativista tenta ajudar as pessoas que estão no que ele chama de "prisão imigrante" a se sentirem seres humanos.

Mas, na sexta-feira (14), Conlin disse que ele apareceu para uma reunião regular às 6:00 pm, entregou a um guarda de segurança sua identidade, e recebeu uma ordem para não voltar mais ao local.

"Eu reconheci o guarda, ele pegou minha licença, mas depois voltou confuso e disse: 'Me disseram que você não pode mais entrar aqui'", conta Conlin. "Eu disse: 'Eu venho aqui há quase cinco anos'", continuou.

Quando ele perguntou ao guarda, que trabalha para uma empresa de segurança particular, por que ele havia sido banido, Conlin disse que o guarda respondeu: "Eu não sei. O ICE disse que você não pode".

O guarda acrescentou que um ativista com quem Conlin trabalha, Tomas Kennedy, da Coalizão de Imigrantes da Flórida, "também está proibido".

Conlin disse que ele exigiu saber o que mudou. Um guarda de segurança entrou em contato com um "supervisor" anônimo, via telefone, e não deu esclarecimentos, apenas se recusou a deixá-lo entrar.

Conlin e Kennedy disseram que o ICE ainda não explicou porque os dois foram impedidos de ajudar os detidos em Krome. Mas ambos os ativistas informam que eles acreditam que a proibição seguiu depois de protesto realizado em julho, onde foram presos em frente à instalação do ICE em Miramar. As acusações nesses casos ainda estão pendentes.

Ambos já haviam sido presos por atos de desobediência civil anteriormente. Kennedy, possivelmente o mais ativo ativista dos direitos dos imigrantes em Miami, foi preso duas vezes durante protestos em Washington, D.C., nos últimos 12 meses. Mas mesmo com essas prisões em seus registros, Conlin e Kennedy disseram que tinham permissão para entrar no centro de detenção para ajudar os detidos.

Os dois sugerem que o protesto de julho - no qual Conlin, Kennedy e outros 15 ativistas foram presos do lado de fora da sede do ICE em Miramar, depois que eles se recusaram a sair da rua - simplesmente aqueceu as ações da agência em Miami.

“Foi logo após o evento de Miramar que essa proibição apareceu", disse Kennedy. "Tudo o que fazemos quando entramos no Krome é tentar nos conectar com as pessoas de uma maneira humana. Não queremos que as pessoas sintam que estão sozinhas, como se fossem esquecidas ou que estão apenas sentadas em instalações de detenção porque geram dinheiro para os contratados do governo".

Conlin e Kennedy são os dois únicos ativistas ligados ao protesto de Miramar que foram banidos das instalações da ICE.

Um porta-voz do ICE, no sul da Flórida, disse que não podia comentar as afirmações de Kennedy e Conlin. Mas, a nível nacional, o ICE foi acusado de retaliar os ativistas dos direitos dos imigrantes. Vários ativistas, incluindo Ravi Ragbir e Jean Montrevil, de New York, Ricard Fierro, de Wisconsin, e Alejandra Pablos, do Arizona, foram detidos nos últimos 12 meses. Todos os quatro dizem que foram detidos por causa de seu ativismo.

Fonte: Redação - Brazilian Times

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