“Cidade das crianças imigrantes” aumenta capacidade para abrir mais detidos

Uma cidade de tendas no oeste do Texas criada para abrigar crianças imigrantes aumentou sua capacidade em quase 10 vezes, instalando 3.800 camas desde que foi inaugurada em junho, segundo informou autoridades na sexta-feira, dia 12.

A instalação na cidade fronteiriça de Tornillo surgiu com 400 leitos quando o governo Trump colocou em prática sua política de “tolerância zero”, que exigia a separação dos pais de crianças depois que famílias cruzavam a fronteira do México ilegalmente.

Enquanto as autoridades dizem que a Tornillo não detém mais os menores separados sob “tolerância zero”, após a administração ter revertido a política debaixo de um clamor público e sob pressão dos tribunais dos EUA, a instalação cresceu. Agora, entre os detidos incluem crianças que cruzaram a fronteira sozinhas.

A Tornillo abriga 1.465 crianças entre 13 e 17 anos, de acordo com dados fornecidos por funcionários do Departamento de Segurança Interna dos EUA e do Departamento de Saúde e Serviços Humanos durante uma visita ao acampamento.

"Nenhuma criança que fez parte do período de separações familiares está na instalação de Tornillo", disse o Departamento de Saúde e Serviços Humanos em um comunicado.

As autoridades federais não deixariam os repórteres entrevistar crianças e controlaram rigidamente o acesso à cidade de tendas em Tornillo, onde estão cerca de 1.600 pessoas e fica a cerca de 50 quilômetros a sudeste de El Paso.

Desde que foi inaugurado, o acampamento, com tendas com ar-condicionado, melhorou suas comodidades para incluir acesso a serviços legais para as crianças, assistência médica, futebol, eventos esportivos televisionados e serviços religiosos.

A permanência média de uma criança em Tornillo é de 29 dias antes dela ser liberada para um patrocinador, de acordo com o Departamento de Saúde e Serviços Humanos.

Grupos de direitos civis disseram que, independentemente dos benefícios oferecidos, manter crianças em centros de detenção por períodos prolongados pode ser uma violação dos direitos humanos.

Funcionários da administração Trump disseram que a política de tolerância zero, segundo a qual cerca de 2.600 crianças foram separadas de seus pais, foi necessária para proteger a fronteira e impedir a imigração ilegal.

O presidente Donald Trump foi forçado a acabar com a política após o furor público sobre as separações e a maneira caótica em que foram conduzidas, com centenas de pais deportados sem seus filhos.

De acordo com um processo judicial apresentado pelo governo no final de setembro, 136 crianças separadas sob a política de "tolerância zero" permanecem sob custódia do governo.

Fonte: Redação - Brazilian Times