ICE coloca em quarentena mais de dois mil imigrantes sob suspeita de doenças contagiosas

Mais de 2.000 pessoas que estão sob custódia do Departamento de Imigração e Alfândega (ICE, sigla em inglês) estão sendo colocadas em quarentena em meio a um surto de caxumba e outras doenças.

O número de imigrantes sob custódia com doenças contagiosas aumentou no ano passado, de acordo com informações divulgadas pelas autoridades federais. Nos dois anos anteriores, a agência não encontrou um único caso de caxumba entre seus detentos. "Em 7 de março de 2019, havia um total de 2.287 presos que foram separados por terem tudo contato com um detento com uma condição contagiosa", disse o porta-voz da ICE, Brendan Raedy, em um comunicado.

Nos últimos 12 meses, houve investigações de saúde em 51 instalações de detenção do ICE sobre caxumba, catapora e gripe, segundo Raedy.

Houve 236 casos relacionados a caxumba e outros 16 suspeitos durante este mesmo período de tempo.

A caxumba é um vírus contagioso que normalmente se espalha através da saliva e do muco. Os sintomas incluem febre, dores musculares, perda de apetite e inchaço ao redor das bochechas e mandíbula das glândulas salivares inchadas.

No ano passado, havia 423 imigrantes com gripe e 461 com catapora, todos sob custódia do ICE, de acordo com a agência.

Mas de janeiro de 2016 a fevereiro de 2018, houve zero notificações de caxumba e apenas 73 de catapora e 34 de gripe. "O ICE leva muito a sério a saúde, segurança e bem-estar dos que estão sob nossos cuidados. A agência está comprometida em garantir o bem-estar de todos que estão sob nossa custódia, incluindo o acesso a cuidados médicos necessários e apropriados", disse Raedy em seu comunicado.

Na semana passada, autoridades do Texas anunciaram que quase 200 pessoas em centros de detenção de imigrantes em todo o estado haviam contraído caxumba desde outubro.

Os 186 pacientes variaram de 13 a 66 anos, informou o Departamento de Serviços de Saúde do Estado do Texas, nesta terça-feira, dia 12. "Eles devem ficar isolados", disse o doutor David Persse, do serviço de saúde pública de Houston, na semana passada.

Ele pediu que o ICE iniciasse o isolamento de pessoas que apresentassem sintomas de caxumba e colocassem em quarentena pessoas que possam ter sido infectadas. "Até certo ponto, isso é previsível, porque você está trazendo muitas pessoas e as abrigando em espaços apertados por longos períodos", explicou.

Autoridades dos EUA têm alertado sobre os perigos das doenças para os migrantes que chegam aos EUA, cada vez mais em grande número de famílias e crianças. "Os imigrantes viajam para o norte a partir de países onde a pobreza e a doença são galopantes, e sua saúde pode ser agravada pelo desgaste físico da viagem. Muitas pessoas que encontramos podem nunca ter visto um médico, recebido imunizações ou vivido em condições sanitárias adequadas. Fechar quartos em trens e os ônibus podem acelerar a disseminação de doenças transmissíveis", disse o comissário da Patrulha de Fronteira dos EUA (CBP, sigla em inglês), Kevin McAleenan, durante o depoimento ao Congresso na semana passada.

Em dezembro, o CBP determinou revisões médicas secundárias de todas as crianças, depois que dois jovens guatemaltecos morreram após ficarem sob custódia do departamento.

O CBP também solicitou apoio médico adicional da Guarda Costeira dos EUA e do Corpo de Comissionados do Serviço de Saúde Pública, bem como coordenou junto aos Centros de Controle e Prevenção de Doenças para coletar dados sobre doenças infecciosas entre os imigrantes em custódia.

Os imigrantes que atravessam a fronteira ilegalmente são geralmente transferidos da custódia CPB para a custódia do ICE para posterior serem deportados ou liberação.

O ICE disse que cuidados médicos abrangentes são oferecidos a todos os detidos, incluindo acesso a enfermeiros, médicos e atendimento de emergência 24 horas por dia. A Reuters foi a agência de mídia a relatar pela primeira vez sobre a quarentena.

Fonte: Redação Braziliantimes