Chegou o Classificado do Brazilian Times. Divulgue ou busque produtos e serviços agora mesmo!

Acessar os Classificados

Publicado em 15/04/2019 as 12:00pm

Imigrantes brasileiros enfrentam até milícias para chegar aos EUA

No dia 20 de março, um grupo de 30 brasileiros, formado por adultos, jovens e crianças, foi...

Imigrantes brasileiros enfrentam até milícias para chegar aos EUA Milícia está fortemente armada.

No dia 20 de março, um grupo de 30 brasileiros, formado por adultos, jovens e crianças, foi detido ao tentar cruzar ilegalmente a fronteira entre México e Estados Unidos. O responsável em impedir que eles entrassem no país foi um fazendeiro identificado por Jeff Allen, 56 anos, dono de uma propriedade na fronteira dos EUA, justamente por onde o grupo tentou realizar a travessia.

Allen é membro do grupo Constitutional Patriots New Mexico Border Ops Team, uma milícia armada que promete patrulhar a fronteira até que o muro prometido pelo presidente Donald Trump seja construído.

O grupo acabou entregue pela milícia aos agentes da Border Patrol (Patrulha de Fronteira dos EUA) e, depois, ao US Immigration and Customs Enforcement (ICE, sigla em inglês para Agência de Alfândega e Imigração), que dá seguimento ao processo de deportação.

De acordo com uma reportagem da revista Época, estes brasileiros estão longe de ser um caso isolado. Por dia, no ano de 2016, os patrulheiros detiveram cerca de 1.100 imigrantes que tentam fazer o mesmo. O número de brasileiros que se arriscaram na empreitada e que se deram mal é bem menor — cerca de nove por dia.

Membros da milícia fiscaliza fronteira.

 

O número vinha em trajetória de queda no ano passado, mas dá sinais de que está voltando a subir. Segundo dados do Trac Immigration Project, da Universidade de Syracuse, de 1º de outubro de 2017 a 30 de setembro de 2018, período que o governo americano chama de “ano fiscal”, foram processados 594 brasileiros em tribunais de imigração americanos por terem entrado no país “sem inspeção”, ou seja, sem fiscalização nas fronteiras terrestres, aéreas (aeroportos) ou marítimas. De outubro de 2018 a fevereiro deste ano, já foram 308 processos — mais da metade, um aumento proporcional de 45,5%.

As patrulhas texanas de Rio Grande e El Paso são as que, historicamente, realizam a maior parte das prisões nas fronteiras. Elas contam, cada vez mais, com o auxílio de milícias, grupos armados que vigiam pontos na fronteira com os quais estão familiarizados ou onde sabem que são rotas de imigrantes. “Eles procuram pelos imigrantes seja vasculhando a área a pé ou com veículos. Usam binóculos, drones e outros equipamentos”, explica Heidi Beirich, diretora do Intelligence Report da Southern Poverty Law Center, que monitora a direita radical nos EUA.

Seus membros são, geralmente, de classe média e usam sua renda para comprar armas. O recrutamento se dá principalmente por redes sociais. A UCP, que deteve o grupo de brasileiros, não se autoproclama uma milícia, mas tem várias características relacionadas, conta Beirich. “Eles são contra imigrantes e adotam teorias de conspiração sobre uma suposta ‘invasão’ de estrangeiros nos Estados Unidos.” A UCP também vai além de detectar migrantes e denunciá-los a agentes de patrulha de fronteira. Relatos de abuso e tortura envolvendo grupos milicianos não são raros. “Vídeos on-line mostram que eles estão perseguindo ativamente imigrantes no deserto”.

O grupo é liderado por um homem chamado Larry Hopkins, que usa os nomes fictícios "John Horton" ou "Johnny Horton Jr". Ele foi condenado por múltiplos crimes no passado, incluindo os crimes de falsidade ideológica, passar-se por policial e posse ilegal de armas durante liberdade condicional.

O líder da UCP afirma estar em contato direto com o presidente americano Donald Trump e que o aconselha sobre segurança fronteiriça. Ele conseguiu, em um crowdfunding (uma espécie de vaquinha online), mais de US$ 14 mil para financiar o grupo e também dezenas de sulistas americanos dispostos a tomar conta dos limites territoriais do país. 

Em situação irregular, aos brasileiros pegos por milicianos não resta muito além de torcer para que sejam entregues às autoridades. O órgão que confirmou à ÉPOCA a captura do grupo brasileiro foi o Customs and Border Protection (CBP, sigla em inglês para o departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras). Quando questionado, o Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty, afirmou que a “informação solicitada [sobre a condição do grupo] não se encontra disponível”.

Fonte: Redação Braziliantimes

Top News