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Publicado em 24/04/2019 as 4:00pm

Vencedor do prêmio Pulitzer, brasileiro comenta cobertura de imigração

O principal prêmio do jornalismo agraciou pela segunda vez o trabalho de um brasileiro. O...

Vencedor do prêmio Pulitzer, brasileiro comenta cobertura de imigração Foto vencedora feita por Ueslei Marcelino que mostra um migrante hondurenho protegendo seu filho.

O principal prêmio do jornalismo agraciou pela segunda vez o trabalho de um brasileiro. O fotógrafo Ueslei Marcelino conquistou o Pulitzer por registrar a epopeia de uma caravana de imigrantes da América Central rumo aos Estados Unidos. Ele e mais 10 fotojornalistas da agência Reuters foram reconhecidos na categoria “Fotografias noticiosas” (Breaking News Photography) pelo projeto “Na Trilha de Migrantes à América”. Marcelino faz questão de ressalvar a vitória em equipe: “Não é um fotografo brasileiro. É um fotojornalista com equipe, com minha família, meus amigos”.

De acordo com o site da revista Época, a premiação, concedida pela Universidade de Columbia (EUA), coroou a documentação de uma “narrativa visual vívida e surpreendente da urgência, desespero e tristeza dos migrantes”, como foi definida a cobertura na cerimônia da 103ª edição do Pulitzer. Em 2016, o fotógrafo Maurício Lima foi o primeiro brasileiro a conquistar a maior honraria da profissão por mostrar o drama de refugiados no jornal "The New York Times". Seguindo os passos de quem considera “o Midas da fotografia”, Marcelino falou à ÉPOCA sobre a emoção de ser reconhecido e relatou como foram os dois meses ao lado dos migrantes . “Vi muita coisa triste e situações desumanas e, ao mesmo tempo, vivi sentimentos excepcionais. Enriquecedor ao extremo”.

“Estou há 10 dias na Venezuela, ajudando na cobertura do cotidiano, da política e tinha acabado de voltar de uma viagem para o interior do país, onde fui fazer uma matéria. Quando cheguei na capital, vi uma cafeteria aberta e aproveitei para tomar um café. Foi quando recebi a ligação de um editor que faz a seleção de alguns prêmios, entre eles o Pulitzer. Perguntou, em inglês, como eu estava e disse que tinha uma notícia muito agradável para me dar, que nós tínhamos acabado de ganhar o prêmio. Nesse momento, estava passando uma garçonete na minha frente. Eu a abracei, comecei a pular, rodando, comemorando, gritando... E ela começou a falar “Qué pasa? Qué pasa, senõr?”, e eu disse que tinha ganhado um prêmio e que era para ela comemorar. Aí ela começou a pular e vibrar junto comigo. Todo mundo do café achando engraçado, batendo palma. Pedi até desculpas depois. Foi uma surpresa muito grande, sem dúvida uma das emoções mais legais que senti trabalhando”, disse

A foto que lhe rendeu o prêmio, sobre o migrante hondurenho protegendo seu filho, revela o sofrimento e o desespero daquelas pessoas. “É difícil não se colocar no lugar do outro, quase impossível. Qualquer fotógrafo que estivesse ali, repórter ou pessoa de outra profissão, que conseguisse enxergar o que a gente viu, se colocaria no lugar do outro. Impossível não fazer isso. No momento dessa foto, as pessoas dormiram numa praça central na cidade de Tecún Umán, na Guatemala, que faz divisa com Hidalgo, no México. Entre elas tem o rio Shuciate e uma ponte. Acordaram cedo, fizeram reuniões como todos os dias e decidiram que iam entrar no México. Levantaram acampamento, recolheram seus objetos pessoais e começaram a caminhar em sentido à ponte, que é o checkpoint, a alfândega entre os países”, finaliza.

Fonte: Redação Braziliantimes

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