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Publicado em 15/05/2019 as 4:27pm

México triplica deportações de imigrantes no governo de López Obrador

Em cinco meses, número de expulsos do país chega a 45 mil, numa reversão da política de acolhimento logo no início do governo.

México triplica deportações de imigrantes no governo de López Obrador Em caravana, milhares de imigrantes hondurenhos, com destino aos EUA, descansam na fronteira entre Guatemala e México. Foto: Pedro Pardo / AFP

As deportações de imigrantes noMéxico triplicaram nos primeiros cinco meses de governo do presidente, Andrés Manuel López Obrador . De acordo com dados preliminares do Instituto Nacional de Migração (INM), em dezembro do ano passado, quando López Obrador assumiu o cargo, foram registradas 5.717 deportações. Já no mês de abril, foram 14.970, chegando a um total de 45.370 pessoas —  em sua maioria da América Central —  deportadas nos últimos cinco meses. No mesmo período de 2017 e 2016, o governo de Enrique Peña Nieto , antecessor de López, deportou 43.662 e 36.025 migrantes, respectivamente. Os quase 15 mil deportados em abril apresentam o maior total mensal dos últimos três anos.

O aumento acontece após o governo mexicano declarar a necessidade de "ordenar" o fenômeno migratório. A conduta se opõe à política vigente desde o início do ano, quando o governo López Obrador permitiu a entrada maciça de milhares de imigrantes que tentavam chegar aos EUA nos dois primeiros meses do novo governo.

Antes que essa mudança de rumo na política migratória ocorresse, o número de deportações ficou abaixo de 6 mil, uma queda em comparação com as mais de 10 mil pessoas deportadas no último mês do governo Peña, que recebia críticas por sua política de endurecimento em relação às imigrações. Mas após cinco meses da posse, López ultrapassou a quantidade do final do mandato de seu predecessor.

Apesar dos números, o governo mexicano insiste que não houve alteração nas políticas e mantém um discurso de abertura aos recém-chegados. Segundo o INM, o aumento das deportações se deve ao crescimento do fluxo migratório.

No entanto, os dados mostram que a entrada de estrangeiros no estado de Chiapas, o principal ponto de chegada dos imigrantes da América Central, caiu ligeiramente nos primeiros meses do ano. Jorge Andrade, pesquisador do Instituto de Segurança e Democracia, aponta uma "falta de clareza".

— O novo governo queria dar uma abordagem mais humanitária, com uma política mais receptiva do que a do governo anterior, mas parece que foi apenas no discurso —  diz. — Possivelmente, este recuo ocorreu devido a pressões dos Estados Unidos.

Até agora, as deportações foram precedidas por uma intensificação das detenções de imigrantes que não aprovaram sua permanência legal no México. No final de abril, autoridades detiveram um grupo com cerca de 400 imigrantes da América Central que decidiram continuar sua viagem aos EUA sem esperar pelo processamento de suas permissões, que poderiam levar meses até serem obtidas. Os detidos foram transferidos para uma estação migratória na cidade fronteiriça de Tapachula até que as autoridades pudessem "regularizar" a situação.

Em outras ocasiões, eles não recebem essa segunda chance e são deportados diretamente. Para Alexandra Delano, especialista em migração da New School, em Nova York, o governo não tem critérios bem definidos na hora de aplicar os protocolos.

Fonte: Redação Braziliantimes (O Globo)

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