Cartunista é demitido após ilustrar Trump jogando golfe sobre corpos de imigrantes

Na sexta-feira, dia 28 de junho, o cartunista canadense Michael de Adder, informou que o seu contrato com alguns jornais foi cancelado depois que ele fez uma ilustração mostrando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, jogando golfe sobre os corpos dos imigrantes (pai e filha), que morreram afogados ao tentar entrar no país.

Na charge é possível ver o presidente segurando um taco de golfe e olhando para os corpos à beira do rio Grande e pergunta: “Vocês se importam se eu continuar jogando?”.

A foto original dos corpos do imigrante Óscar Alberto Martínez, 25, e sua filha Angie Valeria, gerou uma comoção mundial na semana passada, além de se tornar a imagem clara da atual situação dos imigrantes da América Central que tentam atravessar a fronteira mexicana para chegar aos EUA. 

Adder é o mais famoso cartunista do Canadá e a revelação de que ele perdeu alguns contratos foi anunciada em uma rede social. De acordo com as informações, quatro jornais do grupo New Brunswick romperam o relacionamento comercial com o artista. Ele trabalhava como freelance para estes veículos de comunicação.

O rompimento aconteceu 24 horas depois que a ilustração se espalhou pelas redes sociais. O desenho não foi publicado em nenhum jornal impresso.

Adder relatou durante uma entrevista ao canal de televisão CTV que tudo aconteceu muito rápido. “Eu tinha cartuns prontos e eles não publicaram nenhum. Não fez sentido para mim”, disse ressaltando que não havia motivo para a demissão. “Todas as ilustrações a respeito de Trump que fez para a publicação no último ano foram rejeitadas”, continuou.

O grupo Brunswick News disse que a ilustração não lhes havia sido oferecida, e afirmou também que a decisão de substituir o cartunista por um outro, Greg Perry, já havia sido tomada há semanas e não estava relacionada com a ilustração de Trump que viralizou. 

O grupo é de propriedade da família Irvings, uma das mais ricas do Canadá, que opera a petrolífera Irving Oil.

Fonte: Redação Braziliantimes