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Publicado em 28/08/2019 as 1:30pm

Advogado diz que trabalhadores imigrantes não precisam ter medo de cobrar seus direitos

Uma história antiga, nas que retrata esta situação foi destaque na mídia esta semana. Uma...

Advogado diz que trabalhadores imigrantes não precisam ter medo de cobrar seus direitos O advogado brasileiro especialista em imigração, Danilo Brack.

Uma história antiga, nas que retrata esta situação foi destaque na mídia esta semana. Uma vaca acertou um forte coice direto no peito de Luis Alberto Echeverría. Era 2008, e ele disse que estava preparando o animal para a ordenha na fazenda de laticínios em que trabalhava em Turlock, Califórnia, a leste de São Francisco.

O coice o deixou inconsciente. “Quando acordei, um dos meus colegas de trabalho estava de pé em cima de mim, me abanando, dizendo: 'Acorde! Acorde!”, disse Echeverría disse.

Mas quando ele disse a seu chefe, Joe Sallaberry, sobre o que aconteceu, recebeu a ordem de continuar trabalhando, mesmo se estivesse com dor.

Sallaberry, dono da fazenda de gado leiteiro, não acreditava que o homem tivesse sido ferido, e ainda ficou duvidoso, mesmo depois que Echeverría retornou de um hospital com analgésicos e uma nota médica dizendo que ele tinha uma costela fraturada e precisava de descanso.

"Ele não tinha uma costela fraturada", disse Sallaberry em uma entrevista por telefone. "Na verdade, liguei para o médico dele e disse a ele: 'Você deu duas semanas de folga'. Que diabos está acontecendo com você? Ele nem sequer foi tocado por uma vaca! O médico desligou o telefone na minha cara", afirmou.

Naquela mesma semana, Echeverría foi demitido. "Claro, eu demiti", disse Sallaberry, que emigrou da França na década de 50.

Echeverría processou o fazendeiro, sobrando seus direitos trabalhistas, apesar de seu status ilegal de imigrante. Originário de Michoacán, México, ele se mudou para os EUA quando tin ha 15 anos de idade, atravessando a fronteira para a Califórnia, sem documentos.

O imigrante trabalhou, sem status legal, por anos, inclusive enquanto trabalhava na fazenda de Sallaberry.

Como se vê, a decisão de Echeverría de levar seu chefe ao tribunal teria grandes consequências - incluindo a eventual deportação. Sua história é apenas um exemplo dos riscos extras que os trabalhadores sem documentos enfrentam ao cobrar seus direitos trabalhistas, algo que não é novo neste país.

Estão aumentando as preocupações de que mais trabalhadores imigrantes tenham medo de retaliação e sejam desencorajados a lutar por melhores condições de trabalho, dada a repressão do governo Trump aos indocumengados - o que inclui mais fiscalização do local de trabalho.

“Havia documentação para apoiar o fato de que ele se machucou. A lesão aconteceu durante o trabalho e, imediatamente depois disso, ele foi demitido de seu emprego”, disse

Esmeralda Zendejas, da California Rural Legal Assistance, uma organização sem fins lucrativos que assiste trabalhadores de baixa renda.

Echeverría também processou o ex-patrão por horas extras não pagas e não ter tem tempo para comer ou descansar no trabalho. Então, sua história deu uma guinada.

Depois de deixar um depoimento no tribunal, no processo contra a Joe Sallaberry Farms, o imigrante parou para abastecer seu veículo. Foi quando duas pessoas, à paisana, em um carro sem identificação pediram-lhe identificação. Ele não tinha nenhuma. "Eles então me colocaram em uma van com barras dentro dela, me algemaram e me levaram embora", disse.

O imigrante disse que não sabia para onde estava sendo levado ou com quem estava. "No início, eu pensei que estava sendo sequestrado", disse. Mais de uma hora se passou, até que as pessoas se identificaram como agentes do Departamento de Imigração e Fiscalização Aduaneira (ICE, sigla em inglês). Eles mencionaram que Echeverría tinha uma antiga condenação por porte ilegal de armas e seria deportado. Nesse mesmo dia, o imigrante foi levado para San Diego, deportado para o México e deixado em Tijuana.

História como esta são comuns de acontecer, quando patrões inescrupulosos exploram a mão-de-obra imigrante e depois usa as ameaças de deportação para não pagarem os salários. Agora com a contínua luta do presidente Trump contra a imigração ilegal, o medo dos trabalhadores aumentou ainda mais.

Muitos temem denunciar estas explorações, devido achar que isso possa terminar em processo de deportação, assim como foi o caso de Echeverría. A redação do Brazilian Times conversou com o advogado Danilo Brack e ele explicou que não é preciso temer. “Trabalhadores são protegidos por leis de trabalho, independentemente de status. O encargo do empregador que utiliza um imigrante indocumentado inclui respeitar todas as leis de trabalho. Se um patrão abusa do trabalhador, não paga ou comete qualquer outro ato assim, o imigrante pode denunciar ele à polícia, à corte ou ao escritório da procuradoria geral do estado. As medidas do governo federal em relação aos imigrantes não tem nenhuma relação com empregadores respeitar leis e direitos do trabalhadores”, afirmou.

Fonte: Redação Braziliantimes

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