Juiz se recusa a libertar famílias imigrantes detidas no Texas e Pensilvânia

Um juiz federal em Washington recusou um pedido para libertar dezenas de famílias de imigrantes por causa da ameaça de contaminação pelo coronavírus, que causa a Covid-19. Ao invés disso, ela ordenou que as autoridades de imigração cumprissem as diretrizes federais para impedir a transmissão do vírus em locais como os centros de detenção do Texas e da Pensilvânia, onde essas famílias estão detidas.

O juiz James Boasberg, do Tribunal Distrital, emitiu a ordem na segunda-feira (30) em resposta a uma ação movida no início deste mês que argumentava que as famílias estavam em grave perigo devido à facilidade com que o vírus pode se espalhar em grupos e devido as ações inadequadas tomadas pelo Departamento de Imigração e Alfândega (ICE, sigla em inglês), que supervisiona os centros.

O juiz disse que vai fiscalizar questões como verificar a temperatura dos detidos, garantir que haja sabão e suprimentos adequados e espaço suficiente nas instalações para permitir algum distanciamento social. Mas afirmou que os pedidos para forçar liberações imediatas foram longe demais, “pelo menos por enquanto”.

"O seu pedido é sem fundamento, no entanto, neste momento não estou disposto aceitá-lo", disse o juiz a um advogado dos detidos durante uma audiência de 45 minutos realizada por teleconferência. "Eu acho que várias das coisas que você buscou na sua petição são razoáveis, mas não agora", acrescentou.

Boasberg, nomeado pelo presidente Barack Obama, deu o prazo de uma semana para o governo apresentar um relatório detalhado se está em conformidade com as diretrizes emitidas pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, sigla em inglês). Ele também disse que as autoridades devem entregar vídeos que mostrem a proximidade dos detidos nos centros em questão, localizados em Dilley e Karnes City, no Texas, e Berks, na Pensilvânia.

Mas a advogada Susan Baker Manning afirmou que não vê como os centros de detenção possam cumprir, tão cedo, as recomendações do CDC, principalmente aquela que pede para que as pessoas permaneçam a um metro e meio de distância.

"Obviamente, vimos uma enorme mudança no mundo com a crescente pandemia", disse ela, que é sócia do escritório de advocacia Morgan Lewis & Bockius, em Washington. "Precisamos colocar crianças e famílias fora de perigo”.

Manning disse que não vê como os centros de detenção possam cumprir tão cedo as recomendações do CDC, como aquelas que pedem que as pessoas permaneçam a um metro e meio de distância. “Lá existem três ou quatro famílias em um quarto. Não é possível distanciamento social”, afirmou, enfatizando que o surto viral está crescendo. "Dar algumas semanas para o ICE melhorar as coisas é criar mais problemas”, finalizou.

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Fonte: Redação - Brazilian Times.