Manifestantes continuam a pedir que ICE libere imigrantes por causa do coronavírus

Os ativistas que pedem para que as autoridades federais de imigração libertem detidos em meio à pandemia de coronavírus fizeram um protesto em frente a dois centros de detenção em Eloy, no Arizona, na sexta-feira, dia 10.

Uma caravana com mais de 100 carros chegou às duas instalações, onde os ativistas afirmam que os detidos estão em grave perigo de contrair o coronavírus.

Os manifestantes realizaram o protesto sem sair dos carros para proteger os participantes da possível propagação da doença. Isso ocorre quando o número de casos confirmados de coronavírus entre os detidos em centros de detenção no Arizona continua aumentando.

Os imigrantes também se queixaram de falta de sabão, desinfetante, luvas, máscaras e a capacidade de praticar o distanciamento social nas instalações. "Exigimos que o ICE libere os detidos, começando pelos mais vulneráveis", disse Maxima Guerrero, coordenadora do Movimento de Direitos Humanos de Puente, que organizou o protesto junto com outro grupo, o Trans Queer Pueblo.

A ativista afirmou que por causa dos locais próximos onde os detidos são mantidos, os centros de detenção correm o risco de se transformar em "campos da morte" devido ao surto de coronavírus.

Vários grupos entraram com uma onda de ações judiciais em todo o país que acabaram fazendo com que alguns juízes determinassem a libertação de dezenas de detidos, incluindo na Califórnia, Massachusetts e New Jersey.

O número de casos confirmados de pessoas contaminadas pelo coronavírus entre os detidos saltou, em cinco dias, de um para cinco. Três deles estão no Centro de Detenção de Florença, em Florença, e dois no Centro Correcional de La Palma, em Eloy, ambos no Arizona.

O primeiro caso de coronavírus envolvendo um detento de imigração foi relatado pelo Departamento de Imigração e Alfândega (ICE, sigla em inglês) em 30 de março, em New Jersey. Desde então, o número total de casos confirmados em todo o país subiu para 61.

Além disso, 19 funcionários do ICE, em centros de detenção, testaram positivo para o coronavírus, de acordo com a agência.

Alguns detidos mantidos no Centro Correcional de La Palma iniciaram uma greve de fome na sexta-feira e se recusam a comer porque estão "aterrorizados" com o fato de que podem pegar o coronavírus porque pelo menos dois detentos já deram positivo.

Estas informações são de Abigail Borbon, cujo marido de 37 anos de idade está detido na instalação. "Eles têm medo de serem infectados", disse ela, que pediu que o nome do marido fosse mantido em sigilo para protegê-lo de retaliação.

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Fonte: Redação - Brazilian Times.