Filha de imigrantes vai ser a primeira mulher negra na Suprema Corte de NJ

Fabiana Pierre-Louis, 39 anos, filha de imigrantes haitianos, está a caminho de se tornar a primeira mulher negra a sentar-se na mais alta corte de new Jersey, servindo em um momento em que o estado e o país permanecem profundamente divididos sobre a injustiça racial e econômica.

Ela também entra para história por ser a única juíza negra no Supremo Tribunal do estado e como é o membro mais jovem, pode servir por até três décadas.

Uma ex-assistente da Procuradoria dos EUA em NJ, Pierre-Louis foi indicada pelo governador Philip D. Murphy, e assumiu o cargo em junho, quando manifestantes em todo o país realizavam manifestos pela morte de George Floyd por um policial.

O Comitê Judiciário do Senado Estadual, liderado pelos democratas, confirmou a nomeação de Pierre-Louis na segunda-feira dia 24, em uma audiência em que os legisladores observaram a natureza inovadora de sua nomeação, bem como seu potencial para moldar as decisões do tribunal nos próximos 30 anos.

“Estou muito orgulhosa de votar em uma nova geração, um novo equilíbrio na Suprema Corte”, disse a senadora Loretta Weinberg, a líder da maioria.

Pierre-Louis, que cresceu na classe trabalhadora de Irvington (NJ), disse em uma entrevista logo após sua nomeação que sabia que sua formação teria um papel importante na maneira como ela abordava os casos.

Pierre-Louis, sócia de um escritório de advocacia privado, mora com o marido e seus dois filhos pequenos em Mount Laurel (NJ). Ela falava crioulo antes de aprender inglês e se mudou quando ainda era criança, do Brooklyn para Irvington, um município ao norte de NJ, a oeste de Newark, onde sua família comprou uma casa. Seu pai tinha e dirigia um táxi e sua mãe transportava pacientes em um hospital da cidade de NY.

Quando questionada sobre os protestos que se seguiram após o assassinato de Floyd, em Minneapolis, ela disse: "Acho que o que as pessoas estão buscando é uma sociedade onde todos sejam tratados com justiça e igualdade perante a lei".

Ela acrescentou que, como juíza, "examinaria com um olhar muito crítico os casos envolvendo mandados de busca e se havia uma causa provável".

Na segunda-feira, ela disse aos legisladores durante a audiência que como promotora federal, aprendeu a fazer escolhas difíceis, incluindo se os casos "deveriam ser prosseguidos e se esses casos deveriam ser processados ou não".

O governador Murphy reconduziu dois juízes em exercício, mas Pierre-Louis é a sua primeira nomeação para o tribunal superior, onde não há um juiz negro desde o ex-governador Chris Christie, um republicano, que recusou-se em 2010 a estender o mandato de John E. Wallace Jr.

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Fonte: Redação - Brazilian Times.