Eles ajudaram a salvar os EUA. Agora é hora de retribuir os imigrantes

No domingo (28), o jornal The Star-Ledger publicou um editorial no qual destaca a importância dos imigrantes, indocumentados ou não, na recuperação e manutenção da economia dos EUA. O artigo também destaca o pacote de leis, o qual visa reformar as leis de imigrações no país, apresentado recentemente pela administração do Presidente Joe Biden nos seus 100 primeiros dias no governo.

Editorial: Eles salvaram uma América preocupada. Agora é hora de pagar os imigrantes. A menos que você esteja cego por uma máscara mal ajustada, não foi difícil reconhecer o impacto dos imigrantes em nossas vidas durante o ano passado. Eles são o jovem estocando as prateleiras do supermercado, a senhora limpando o elevador do seu condomínio, o cara entregando pizza durante a nevasca, a mulher segurando a mão de um avô enquanto ele dá seu último suspiro.

Foi preciso uma pandemia para reconhecermos que eles são essenciais, e a grande maioria dos americanos acredita que é hora da recompensa. Entretanto, enquanto o presidente Biden dá seu apoio ao Ato de Cidadania dos EUA de 2021, o projeto abrangente de reforma da imigração que visa rever a crueldade de seu antecessor, a questão persistente é quanto da reforma ele deve negociar a fim de obter apoio republicano suficiente para sua aprovação (no Congresso).

Essa tarefa medirá os limites da imaginação política de Biden, e uma coisa que ele tem a seu favor é o parceiro certo. Na ponta da lança está o senador Robert Menendez, filho de imigrantes cubanos que trabalha no tema há 30 anos e caracteriza o projeto não apenas como uma afirmação da humanidade deste país, mas como um imperativo econômico. Esperemos que um desses argumentos funcione.

“O motivo de não termos conseguido a reforma da imigração não é por falta de vontade”, disse Menendez, membro da Gangue do Senado dos Oito que aprovou a reforma bipartidária em 2013, apenas para tê-la torpedeada pelo Presidente da Câmara, John Boehner. “É porque nos comprometemos demais e capitulamos muito rapidamente às vozes marginais que se recusam a aceitar a humanidade e as contribuições dos imigrantes para o nosso país e descartam tudo como anistia. Faremos o que é justo e defendemos uma reforma da imigração ousada, inclusiva e duradoura. E teremos, como vimos pesquisa após pesquisa, a vasta maioria dos americanos ao nosso lado”.

No centro do projeto de lei está o processo de 8 anos para a legalização de 11 milhões de imigrantes indocumentados, se eles passarem por verificações de antecedentes e pagarem impostos. Entretanto, o processo é reduzido para 3 anos para Dreamers, trabalhadores agrícolas e titulares de TPS. Também suspende as restrições para que as famílias possam se reunir e amplia os vistos de trabalho.

O projeto também aborda as prioridades republicanas, como mais financiamento para a segurança das fronteiras, mais recursos nos portos de entrada para detectar o contrabando de drogas e novas ferramentas para acionar judicialmente as redes de tráfico humano e de drogas.

O apoio público é forte. Uma pesquisa da Quinnipiac revelou que 65% dos americanos disseram que os imigrantes sem documentos deveriam obter a possibilidade de legalização. Os Dreamers, imigrantes indocumentados trazidos aos EUA ainda na infância, são abraçados com a mesma firmeza de sempre, com 83% (incluindo 66% dos republicanos) apoiando sua permanência no país e possibilidade de obter a cidadania.

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