Governador da Califórnia amplia seguro de saúde a imigrantes indocumentados

Isabel Coronel, 76 anos, deu entrada em um hospital pela primeira vez em quase 30 anos no mês passado. Ela, uma imigrante indocumentada, passou décadas trabalhando nos campos do Inland Empire, na Califórnia, colhendo melancia, coentro e rabanete. Ela não tinha seguro de saúde e temia a deportação se tentasse ter acesso a cuidados médicos. O medo fez com que ela suportasse níveis elevados de colesterol e pressão arterial, dor intensa no joelho, perda de visão e os efeitos a longo prazo depois de ser contaminada pela COVID-19.

Mas isso mudou em 1º de maio, quando ela se tornou elegível para Medi-Cal. A imigrante está entre os 235.000 adultos indocumentados que obtiveram acesso à rede de seguro de saúde baseada em renda do estado por meio de uma nova expansão do programa assinado pelo governador Gavin Newsom no ano passado. “Agradeço a Deus que agora tenho meu Medi-Cal e agora posso ir ao médico”, disse ela. “Muitos de nós precisam ir ao médico e não o fazemos porque não temos meios de fazê-lo e temos medo de tudo”, explicou.

O seu acesso aos cuidados de saúde é graças a uma campanha que durou uma década no Capitólio da Califórnia para construir uma rede de segurança social para os cerca de 2,3 milhões de imigrantes indocumentados do estado, um esforço que terminou no mês passado quando Newsom assinou um projeto de lei orçamentário estendendo o acesso ao Medi-Cal a todos os adultos que vivem no estado, independentemente do status de imigração.

A Califórnia se destaca por proteger os seus imigrantes, já tendo aprovado carteiras de motorista, proteções contra deportação, incentivos fiscais, alívio da pandemia e agora assistência médica.

“Esta é a rede de segurança social mais forte para imigrantes indocumentados no país”, disseram os defensores. “Estamos na vanguarda das políticas para tratar os indocumentados como verdadeiros americanos, verdadeiros californianos porque contribuem muito para o crescimento do país”

Imigrantes indocumentados “não saem do sistema, o que eles colocam no sistema, então espero que isso sirva de exemplo para o resto do país”, disse a senadora Maria Elena Durazo (D-Los Angeles).

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