Duas crianças morrem afogadas ao tentar atravessar a fronteira dos EUA

Da redação

Na segunda-feira, dia 22, duas crianças imigrantes se afogaram enquanto tentavam atravessar a fronteira do México para os Estados Unidos através do Rio Grande no Texas.

Um bebê lutou pela vida até ser resgatado.

Um dos mortos, uma menina de 5 anos da Guatemala, foi varrida dos braços de sua mãe pela forte correnteza do rio.

Um vídeo filmado por uma estação de TV Mexicana mostrou o corpo sem vida da menina sendo retirado das águas perto de El Paso.

Os socorristas mexicanos conseguiram salvar a mãe.

Eles faziam parte de um grupo de imigrantes que subestimaram a perigosa correnteza do rio enquanto tentavam entrar ilegalmente nos EUA.

Em um incidente separado na segunda-feira, outro grupo de imigrantes também tentou atravessar o Rio Grande perto de Eagle Pass, no Texas, com resultados mortais.

Essa tentativa resultou no afogamento de um menino de 3 anos e no resgate do bebê.

A criança está em estado crítico em um hospital de San Antonio.

Fernando Garcia, fundador e diretor executivo da Border Network for Human Rights, uma organização de defesa dos imigrantes em El Paso, disse que os afogamentos fazem parte de 20 outros registrados em junho e julho.

“O que você não vê é um clamor na América, por que as crianças têm que morrer?”, indagou ele.

Garcia disse que os pais migrantes enfrentaram uma “decisão pessoal” sobre levar seus filhos com eles através da fronteira.

“Eles fazem isso por causa de seus filhos.

Para que seus filhos não cresçam onde podem morrer de fome, pobreza ou doença”, explicou.

"Não é fácil. A pobreza nesses países é um tipo de pobreza que a maioria dos norte-americanos não conhece”, continuou.

Garcia também disse: “É muito difícil pensar no que a mãe está passando agora”.
Dados internos compilados pelo Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP, sigla em inglês) mostram que as mortes de imigrantes atingiram um recorde histórico durante os primeiros nove meses do ano fiscal de 2022, que começou em 1º de outubro.

Até agora, 609 mortes foram registradas. “Do jeito que está, podemos atingir 700 em breve”, disse um alto funcionário do CBP.