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Publicado em 7/10/2022 as 8:00am

Brasileiros acusados de tráfico humano retinham salário e ameaçavam vítimas, revelam novas provas

As empresas foram os restaurantes The Dog House Bar & Grill e Taste of Brazil, ambos localizados ao longo da Main Street, em Woburn.

Brasileiros acusados de tráfico humano retinham salário e ameaçavam vítimas, revelam novas provas Agentes federais invadiram os restaurantes e prenderam os brasileiros

 

Na manhã de terça-feira, dia 04, algumas casas e empresas de Massachusetts foram invadidas por agentes federais. A ação ocorreu após um ano de investigação sobre o envolvimento de algumas pessoas no contrabando de brasileiros para os Estados Unidos.

As empresas foram os restaurantes The Dog House Bar & Grill e Taste of Brazil, ambos localizados ao longo da Main Street, em Woburn.

Esses restaurantes são operados peo brasileiro Jesse James Moraes, 64, e seu filho, Hugo Giovanni Moraes, 42.

Um porta-voz da Homeland Security Investigations (HSI) confirmou que a agência e o Departamento do Trabalho do Inspetor-Geral cumpriram mandados de busca e prisão em residências e empresas na cidade.

A polícia de Woburn também esteve envolvida na ação.

De acordo com documentos apresentados no no tribunal federal, Jesse e Hugo Moraes enfrentam acusações de encorajar e induzir um estrangeiro a vir, entrar ilegalmente e residir nos EUA para obter ganhos financeiros; e conspiração para cometer e auxiliar e cumplicidade nos atos anteriores. De acordo com um depoimento, Jesse Moraes e seu irmão recrutaram indivíduos que desejavam ser contrabandeados para os Estados Unidos através da fronteira com o México. Alguns, incluindo famílias inteiras, foram enviados para Woburn.

O agente também escreveu que além do contrabando de pessoas, o esquema falsificava documentos e fazia falsas alegações para pedidos de asilo. Os dois acusados também empregavam alguns dos imigrantes em seus restaurantes.

"Eles aconselham os imigrantes e suas famílias sobre outros empregos; pagam os salários parcialmente, em dinheiro, geralmente bem abaixo do mínimo, e muitas vezes retendo todo ou parte do pagamento”, diz a denúncia.

De acordo com o depoimento, a fonte disse que trabalhou na Taste of Brazil por aproximadamente um mês e morava em uma casa da família de Moraes na Center Street. "(A fonte) afirmou que eles recebiam US$ 3,00 por hora, não recebiam nenhuma gorjeta e trabalhavam das 7:00 am às 9:00 p.m.", diz a denúncia.

 

A investigação mostrou que os dois retinham o salário dos funcionários como pagamento pelo contrabando e outras despesas criadas por eles.

Outros parentes supostamente auxiliam na coleta de dinheiro dos imigrantes e transferem fundos para o irmão de Jesse Moraes e outros envolvidos na operação.

Uma fonte disse aos agentes federais que foi contrabandeada para o país em 2018 junto com sua esposa e dois filhos por uma taxa de aproximadamente US$ 32.000. Eles pagaram aproximadamente metade deste valor antecipadamente e foram obrigados a pagar o saldo em parcelas de US$ 1.450 que deveria começar a ser pago seis meses depois de chegarem aos EUA.

Quando a fonte não conseguia levantar itens pesados ​​conforme necessário no restaurante, o pai e o filho disseram que ela não poderia ficar na casa se não trabalhasse.

O depoimento mostra que vários outros descreveram experiências semelhantes. Uma testemunha que colaborou contou à investigação disse que trabalhou no Taste of Brazil sete dias por semana e recebia apenas US$ 100 em dinheiro por semana.

Essa testemunha também trabalhou diariamente como faxineira na The Dog House após a abertura, afirma o documento. Por esse trabalho, a testemunha disse aos investigadores que recebia US$ 800 ou US$ 1.000 por semana, mas usava a maior parte desse dinheiro para pagar a dívida de contrabando.O irmão de Jesse Moraes, Chelbe Moraes, residente no Brasil, foi acusado de conspiração para encorajar e induzir um estrangeiro a vir, entrar e residir nos Estados Unidos para ganho financeiro; lavagem de dinheiro; e conspiração de lavagem de dinheiro.

Também foi citado Marcos Chacon, 29 anos, também de Woburn, que é acusado de vender documentos de identificação falsos, incluindo green cards e cartões de Social Security para migrantes. Ele é acusado de transferir conscientemente um documento de identificação falso. A declaração indica que alguns desses documentos falsos foram vendidos durante uma reunião no Taste of Brazil em 20 de fevereiro de 2020, com uma testemunha que ajudou nas investigações.

Chacon é natural de El Salvador e foi deportado dos EUA em 2006 e 2018.

Jesse Moraes, Hugo Moraes e Marcos Chacon estão detidos até audiência de custódia.

 

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