Juiz aprova acordo de US$ 1 milhão para 100 imigrantes presos em operação considerada racista no Tennessee

Da redação

Um juiz federal aprovou um acordo de mais de US$ 1 milhão em uma ação coletiva que contestava uma operação federal de imigração em um frigorífico no leste do Tennessee, onde cerca de 100 pessoas foram presas.

O acordo aprovado pelo juiz distrital Travis McDonough na segunda-feira, dia 27, exige que o governo dos Estados Unidos pague US$ 475.000 a seis demandantes individuais e US$ 550.000 adicionais a um fundo de liquidação coletiva para quase 100 trabalhadores detidos há quase cinco anos.

O processo alegou que os direitos constitucionais da 4ª e 5ª emendas dos trabalhadores da Southeastern Provision foram violados em abril de 2018, quando policiais armados invadiram a fábrica de Bean Station, usando calúnias raciais, apontando armas para os rostos das pessoas e socando um trabalhador na face. Também alegou que os policiais não sabiam a identidade dos trabalhadores ou status de imigração, apenas que muitos eram hispânicos.

O juiz destacou, ainda, que os trabalhadores brancos não foram abordados, detidos, revistados ou presos, e muitos ficaram do lado de fora fumando durante a operação.

Durante a “invasão”, os policiais estavam ajudando a executar um mandado de busca da Receita Federal por documentos financeiros relacionados a James Brantley, o proprietário da fábrica. Os agentes não tinham mandados de prisão de nenhum dos trabalhadores - apenas para revistar o estabelecimento por violações fiscais, de acordo com o processo.

Brantley mais tarde se declarou culpado de acusações federais de empregar imigrantes não autorizados, sonegação de impostos e fraude eletrônica.

“Hoje, a justiça foi feita para os trabalhadores latinos e sua comunidade, que se posicionaram contra agentes federais que os atacavam por causa de sua etnia”, disse Meredith Stewart, advogada supervisora ​​sênior do Projeto de Justiça para Imigrantes do Southern Poverty Law Center. “O acordo sem precedentes aprovado pelo tribunal demonstra que nós, como nação, não toleraremos discriminação racial”.