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Publicado em 5/04/2023 as 12:00pm

Dez anos depois que a “forte reforma imigratória” foi apresentada pela “Gangue dos 8” os imigrantes continuam no limo

"Há grandes dúvidas sobre se algo relacionado a imigração tem votos para ser aprovado"


Imagem da época em que a Gangue dos 8 anunciou a reforma

Dez anos atrás, neste mesmo mês, o senador Chuck Schumer declarou: "Todos nós sabemos que nosso sistema de imigração está quebrado e é hora de começar a trabalhar para consertá-lo", O senador John McCain citou Winston Churchill. Mas foi Lindsey Graham quem fez a previsão mais ousada. "Acho que 2013 é o ano da reforma da imigração", disse a republicana da Carolina do Sul.

Mas não foi e nenhum ano desde que os senadores da "Gangue dos Oito", formada por ambos os partidos, se reuniram em um auditório de Washington para fazer pronunciamentos esperançosos e mexer com o sentimento dos imigrantes.

Na verdade, o cenário político de hoje mudou tão dramaticamente que os defensores dos imigrantes e os principais arquitetos de políticas-chave ao longo dos anos temem que qualquer esperança de uma reforma nas leis de imigração pareça mais distante do que nunca.

Muitos republicanos agora veem o apelo por tolerância zero na fronteira como uma forma de animar seus apoiadores de base. Os democratas passaram a última década vacilando entre restrições de fronteira mais rígidas e esforços para suavizar e humanizar a política de imigração - expondo profundas divergências sobre a melhor forma de lidar com problemas mais amplos.

"Há grandes dúvidas sobre se algo relacionado a imigração tem votos para ser aprovado", disse Cecilia Muñoz, que atuou como principal consultora de imigração do presidente Barack Obama e foi membro sênior da equipe de transição de Joe Biden antes dele entrar na Casa Branca.

O último pacote extenso relacionado à reforma imigratória foi na administração do presidente Ronald Reagan, em 1986, e o presidente George H.W. Bush assinou um esforço mais limitado quatro anos depois. Isso significa que agentes federais que guardam a fronteira hoje com ferramentas como drones e inteligência artificial estão aplicando leis promulgadas quando os telefones celulares e a internet eram novidades.

O Congresso chegou mais perto de um avanço na reforma de imigração em 2013 com a Gangue dos Oito, que incluía Schumer, um democrata de New York que agora é o líder da maioria no Senado, e o senador Marco Rubio, R-Fla. A proposta foi aprovada no Senado em junho e buscava um caminho para a cidadania de milhões de pessoas que estavam no país ilegalmente. Além disso, expandia os vistos de trabalho enquanto reforçava a segurança nas fronteiras e obrigava os empregadores a verificar a situação legal dos funcionários.

Os democratas aplaudiram uma abordagem modernizada da imigração. Os republicanos buscavam boa vontade na comunidade latina depois que Obama teve forte apoio dos eleitores hispânicos ao ser reeleito em 2012.

Apoiadores proeminentes da proposta eram tão diversos quanto o poderoso sindicato trabalhista AFL-CIO e a Câmara de Comércio dos Estados Unidos. Houve mais ímpeto do que antes para grandes mudanças na imigração que fracassaram em 2006 e 2007 sob o presidente George W. Bush.

Ainda assim, o presidente da Câmara, o republicano John Boehner, avaliou o apoio ao projeto de lei da Gangue dos Oito e disse que muitos legisladores desconfiam do governo Obama em 2014. Naquele verão, a proposta estava morta.

Obama então criou um programa de proteção contra a deportação de imigrantes trazidos ilegalmente para os EUA quando crianças, conhecido como DACA.

Anos após a criação do programa de Obama, o presidente Donald Trump pediu o isolamento de toda a fronteira sul do país, e seu governo separou crianças imigrantes de seus pais e fez com que os imigrantes esperassem no México enquanto buscavam asilo nos EUA.

Biden endossou um amplo pacote de imigração em seu dia de posse, mas não foi a lugar nenhum no Congresso. Desde então, seu governo afrouxou algumas políticas de imigração de Trump e endureceu outras, mesmo quando seu partido viu o apoio republicano aumentar entre os eleitores hispânicos.

As autoridades continuaram a aplicar as restrições de saúde da era pandêmica que permitiram que os imigrantes em busca de asilo nos EUA fossem rapidamente expulsos.
A Casa Branca também está considerando colocar famílias imigrantes em centros de detenção enquanto esperam por seus casos de asilo, algo que os governos Obama e Trump fizeram.

Então, dez anos depois que uma das mais fortes reformas de imigração foi apresentada, tudo continua na mesma e para muitos está mais difícil a aprovação de algo que legalize os milhões de imigrantes.



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