Mais de 100 grupos de defesa pedem que o Congresso denuncie a retórica anti-imigrante

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Na véspera do quarto aniversário do tiroteio em massa em El Paso, Texas, no qual 23 pessoas foram assassinadas, mais de 160 grupos religiosos, de direitos civis e de defesa dos imigrantes pediram aos líderes do Congresso que denunciem os legisladores que usam retórica supremacista branca e anti-imigrante. Eles argumentam que isso pode levar à violência contra comunidades marginalizadas.

Organizações de 24 estados e do Distrito de Columbia escreveram uma carta, no dia 1º de agosto, para os principais líderes do Congresso de ambos os partidos, pedindo a eles não apenas para "denunciar a retórica supremacista branca e anti-imigrante e seu uso por membros do Congresso", mas também para "incentivar os membros de suas bancadas a se absterem de usar essa retórica perigosa".

A retórica é conhecida como a teoria da grande substituição, uma teoria da conspiração racista que afirma que o aumento do número de imigrantes e pessoas de cor levará à extinção da raça branca. Isso levou a vários tiroteios em massa, como o que ocorreu na sinagoga Tree of Life, em Pittsburgh (Pensilvânia), em 2018, onde 11 adoradores judeus foram mortos.

Na semana passada, um júri condenou o atirador à pena de morte.

"A retórica que estamos vendo no Congresso aponta para uma nova onda de políticos xenófobos que querem levar nosso país em uma direção perigosa", disse o deputado democrata Joaquin Castro, do Texas.

As organizações, que incluem o Southern Poverty Law Center e o Immigrant Legal Resource Center, entre outros, observaram que dezenas de legisladores se referiram aos imigrantes como "invasores" ou a uma "invasão", invocando a teoria da grande substituição. "Apesar dessa violência repetida em todo os Estados Unidos, os membros do Congresso continuam a invocar teorias da conspiração antissemitas e anti-imigrantes que inspiraram múltiplos ataques violentos", destacou a carta.

Um atirador supremacista branco em Buffalo, New York, matou 10 pessoas negras no ano passado e citou a teoria como motivo para atacar uma mercearia em um bairro predominantemente negro. Sobreviventes do tiroteio instaram o Congresso a abordar o terrorismo doméstico de nacionalistas brancos.

A carta foi enviada ao líder da maioria no Senado dos EUA, Chuck Schumer, democrata de New York, ao líder da minoria no Senado, Mitch McConnell, republicano do Kentucky, ao presidente da Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy, republicano da Califórnia, e ao líder da minoria na Câmara, Hakeem Jeffries, democrata de Nova York.

O atirador no massacre de El Paso foi motivado pela teoria da grande substituição, e ele acreditava em uma "invasão hispânica". Ele matou 23 pessoas e feriu outras 22 em um Walmart em um bairro predominantemente latino. "A imigração é na verdade um dos motores por trás da teoria da conspiração da grande substituição", disse Caleb Kieffer, analista de pesquisa sênior do Southern Poverty Law Center.