Polícia Federal exuma corpo de mineiro encontrado entre 72 mortos em chacina na fronteira dos EUA

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Na segunda-feira, dia 02, a Polícia Federal do Brasil se deslocou até Ipatinga, Minas Gerais, com o propósito de realizar a exumação de um corpo que, acredita-se, pertencia a um mineiro que estava entre os 72 imigrantes mortos em uma terrível chacina na fronteira entre o México e os Estados Unidos.

Essa ação foi instigada por meio de um pedido de Cooperação Jurídica Internacional na área penal, solicitado pela Procuradoria-Geral da República do México, no âmbito de uma investigação em andamento relacionada ao crime de homicídio qualificado.

O pedido visava à exumação dos restos mortais de um brasileiro que havia sido sepultado em um cemitério localizado em Governador Valadares, Minas Gerais, seguido da coleta de material biológico de familiares do falecido.

A equipe de Peritos Criminais Federais, em colaboração com uma equipe multidisciplinar enviada pelo México, empreenderá esforços para confirmar a identidade do corpo exumado, bem como a causa de sua morte.

A condução desses procedimentos ficará a cargo de agentes brasileiros, principalmente policiais especializados do Setor de Medicina Legal e Odontologia da Polícia Federal, juntamente com o Núcleo de Cooperação Internacional da Polícia Federal em Minas Gerais, além do Ministério Público Federal. A equipe de investigação também contará com a presença de peritos e antropólogos mexicanos e argentinos, bem como do Ministério Público Federal do México, que participarão como observadores.

O INCIDENTE

No final de agosto de 2010, um evento trágico comoveu o mundo: 72 corpos de imigrantes, originários do Brasil, Honduras, Equador e El Salvador, foram encontrados em um rancho na cidade de San Fernando, no México.

As investigações sugerem que esses indivíduos estavam se preparando para atravessar a fronteira rumo aos Estados Unidos quando foram vítimas dessa terrível chacina. Na época, o Ministério das Relações Exteriores confirmou que quatro dos corpos eram de cidadãos brasileiros.

O processo de entrega dos restos mortais às famílias foi marcado por confusões, uma vez que, em 2010, os corpos foram entregues em uma caixa lacrada, impedindo qualquer reconhecimento pelos familiares, devido às restrições impostas pelas autoridades mexicanas.

Em 2013, os familiares solicitaram uma revisão da identificação do corpo, e essa solicitação foi atendida por uma comissão forense, que entregou seu relatório em 2019 ao Ministério Público e, posteriormente, às famílias em 2021. No entanto, o relatório da Comissão concluiu que não havia elementos suficientes para confirmar a identificação.

Portanto, a exumação dos restos mortais servirá como um meio de comparar as amostras biológicas coletadas dos corpos com aquelas fornecidas voluntariamente pelos parentes diretos do falecido. Além disso, ela ajudará a esclarecer a causa da morte desses indivíduos.