Mães imigrantes que chegam a NY encontram apoio, esperança e muitos desafios

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Quando Roukhaya descobriu sua gravidez, ainda residindo em Chade, África, a notícia de que seria uma menina a motivou a partir. Em Chade, a mutilação genital feminina é praticada, uma prática que ela, juntamente com seu marido médico, considera brutal. Sua própria experiência com a mutilação a torna determinada a evitar que sua filha passe pelo mesmo sofrimento.

No último ano, New York recebeu mais de 100.000 migrantes de todo o mundo, incluindo mulheres grávidas em busca de abrigo e assistência médica. A National Public Radio (NPR) passou um tempo acompanhando algumas dessas mulheres, suas experiências e a equipe de profissionais de saúde e assistentes sociais que as apoiam e compartilhou as histórias.

O Hotel Roosevelt, em Manhattan, tornou-se o ponto de entrada para migrantes em Nova York, onde são registrados e têm acesso a serviços médicos, legais e abrigos. Embora o hotel conserve sua opulência dos anos 1920, agora funciona como uma espécie de Ellis Island contemporânea, com a Guarda Nacional supervisionando o processo de avaliação médica e imunização de milhares de migrantes.

Para muitas das migrantes, a falta de cuidados pré-natais é uma das maiores preocupações, uma ansiedade compartilhada por algumas delas. Algumas mulheres, como Yuniaski López, que fugiram de crises econômicas e repressão governamental, enfrentaram jornadas extremamente difíceis, incluindo atravessar selvas e dormir nas ruas. Quando chegaram aos EUA, algumas delas descobriram que estavam grávidas durante toda a jornada.

Em NY, médicos e assistentes sociais estão cientes dos desafios enfrentados por essas mulheres durante a jornada migratória, incluindo casos de agressões sexuais, que frequentemente ocorrem na perigosa selva conhecida como Gap de Darién, entre Colômbia e Panamá. Para as mulheres que compartilham essas experiências traumáticas, o sistema de saúde fornece apoio emocional e discute a desejo de manter a gravidez. No entanto, há uma lista de espera considerável para o Programa para Sobreviventes de Tortura.

Mesmo para as que não enfrentaram tais traumas, a situação é desafiadora. Grupos de ajuda mútua em NY têm desempenhado um papel crucial no fornecimento de itens essenciais como comida, roupas, brinquedos, primeiros socorros e fraldas para as mães e seus bebês.

O sistema de saúde pública de NY, New York Health + Hospitals, direciona as famílias para agências que oferecem apoio a mães de primeira viagem, grupos de apoio à gravidez e ajuda material para as famílias. No entanto, eles reconhecem que a demanda excede seus recursos, necessitando de mais pessoal e recursos.

As histórias dessas mulheres demonstram resiliência, esperança e desafios enfrentados por migrantes grávidas em Nova York. A cidade recebeu elogios e críticas por sua abordagem humanitária, enquanto a administração Biden tomou medidas recentes para ajudar migrantes, como estender o Estatuto de Proteção Temporária a alguns venezuelanos e lançar programas de emprego para migrantes elegíveis.

Para muitas dessas mulheres, o caminho à frente é incerto. Alguns sonham em recuperar suas vidas e carreiras, enquanto outros enfrentam desafios legais e aguardam o processamento de asilo. Mas, enquanto cuidam de seus bebês, encontram força e motivação para enfrentar o futuro, mantendo viva a esperança de um novo começo.

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