Publicado em 15/12/2023 as 9:00am
Juiz Federal proíbe separação de famílias de imigrantes na fronteira dos EUA
Um marco significativo foi atingido na busca pela justiça e humanidade nas políticas de...
Um marco significativo foi atingido na busca pela justiça e humanidade nas políticas de imigração dos Estados Unidos. Um juiz federal em San Diego aprovou, nesta semana, um histórico acordo que proíbe as autoridades norte-americanas de separarem famílias de migrantes na fronteira. O acordo, firmado em outubro, finalmente recebeu aprovação e entrará em vigor nesta segunda-feira, dia 11.
A ação judicial foi iniciada em 2018 pela União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU), que contestou a draconiana política de "tolerância zero" implementada pela administração Trump. Essa política cruel resultava na separação de pais indocumentados de seus filhos quando tentavam cruzar a fronteira para os Estados Unidos. Adultos eram enviados para centros de detenção, enquanto crianças eram abrigadas, sem qualquer plano de reunificação. Mais de 5.000 famílias enfrentaram essa dolorosa separação, gerando imagens de crianças sozinhas em gaiolas que chocaram o mundo. A criança mais jovem separada de sua família tinha apenas 6 meses na época.
Embora a administração Trump tenha interrompido essa política controversa, a ACLU afirma que ainda há aproximadamente mil crianças separadas. Estas crianças permanecem dispersas pelos EUA, vivendo com parentes, amigos da família ou sob supervisão estadual. O principal advogado da ACLU, Lee Gelernt, criticou fortemente o registro de acompanhamento da administração Trump, afirmando que parecia haver mais diligência no rastreamento de propriedades do que na localização das crianças.
Em uma entrevista à NPR, o secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, reafirmou o compromisso da atual administração em seguir os valores fundamentais do país, indicando que não há planos para a separação de famílias. No entanto, o ex-presidente Donald Trump expressou a possibilidade de reintroduzir essa política, alegando sua eficácia na dissuasão da imigração.
O acordo aprovado pelo juiz federal Dana M. Sabraw estabelece que, pelos próximos oito anos, cruzar a fronteira ilegalmente não será mais motivo para separar famílias. Embora o acordo não conceda compensação monetária, estipula que o governo dos EUA continuará a financiar esforços para reunificar as famílias. Além disso, oferece ajuda às pessoas afetadas pela política, permitindo que solicitem proteção humanitária, autorizações de trabalho e assistência habitacional nos EUA.
Mayorkas também destacou que as famílias terão acesso a recursos de saúde mental, reconhecendo que o trauma persiste mesmo após a reunificação. "Há muita cura necessária", afirmou, "e estamos comprometidos em fazer o que for necessário para restaurar essas pessoas, sua saúde e bem-estar." Este acordo marca um passo crucial em direção a políticas migratórias mais compassivas e justas nos Estados Unidos.
Fonte: Da redação