Empresa acusada de abusar e enganar imigrantes detidos é multada em mais de US$ 811 milhões

Da redação

Nesta semana, a Nexus Services, uma empresa que fornece serviços para imigrantes detidos pelo governo federal, foi alvo de uma multa totalizando mais de US$ 811 milhões em restituição e penalidades, em uma ação judicial alegando uso de táticas enganosas e abusivas.

Segundo uma sentença arquivada no tribunal federal para o Distrito Oeste da Virgínia em Harrisonburg, além dos US$ 231 milhões em restituição, a empresa deve desembolsar US$ 13,8 milhões para New York, US$ 7,1 milhões para a Virgínia e US$ 3,4 milhões para Massachusetts em multas.

Além disso, a sede da empresa na Virgínia, a sua subsidiária Libre by Nexus e seus três executivos, também enfrentam multas civis individuais de mais de US$ 111 milhões cada.

Em comunicado, a procuradora-geral de New York, Letitia James, afirmou que a sentença é uma vitória para milhares de famílias imigrantes que foram prejudicadas pela Nexus, acusada de explorar vulnerabilidades para benefício próprio, em práticas que são consideradas ilegais e inaceitáveis.

Os procuradores-gerais da Virgínia e de Massachusetts, juntamente com o escritório de Proteção Financeira do Consumidor, se uniram à ação judicial de 2021, acusando a empresa de violar leis estaduais e federais de proteção ao consumidor.

Autoridades alegaram que a Nexus prometeu garantir a libertação de imigrantes sob fiança enquanto seus pedidos de imigração estavam em processo, mas ocultou e distorceu a verdadeira natureza e custos de seus serviços. Além disso, cobrou taxas significativas acima do valor nominal das fianças e obrigou os imigrantes a usar monitores de tornozelo dolorosos.

Em sua decisão, a juíza do Distrito dos EUA, Elizabeth Dillon, esclareceu que a Nexus atua como intermediária entre detentos de imigração e fiadores, mas não possui licença de agente de fiança nem é uma empresa certificada pelo Tesouro dos EUA.

Em resposta, a Nexus afirmou que recorrerá da sentença, classificando-a como uma "partida chocante da jurisprudência americana normal", pois foi decidida "sem evidências, sem julgamento e sem uma audiência de danos".