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Publicado em 2/02/2025 as 7:00pm

Legisladores da Flórida aprovam lei rígida de imigração em apoio a Trump, gerando embate com DeSantis

Fonte: Da redação

Legisladores da Flórida aprovam lei rígida de imigração em apoio a Trump, gerando embate com DeSantis Senador Joe Gruters, um dos autores do projeto

Legisladores da Flórida aprovaram na terça-feira uma ampla lei de imigração, destinando meio bilhão de dólares para fortalecer a repressão federal contra imigrantes indocumentados. A medida, impulsionada pelo Partido Republicano, exige que todas as instâncias governamentais e seus contratados cooperem "ao máximo possível" com as autoridades federais de imigração.

A aprovação ocorreu após mais de quatro horas de debate e reflete uma disputa entre o governador Ron DeSantis e líderes do Legislativo estadual sobre a melhor forma de implementar a política migratória do ex-presidente Donald Trump. DeSantis criticou o projeto, chamando-o de “fraco”.

Apoio a Trump e novos poderes estaduais

O senador republicano Joe Gruters, um dos autores da proposta e aliado de Trump, enfatizou que a lei busca atender diretamente à política do ex-presidente. “O objetivo é ajudar Trump a fazer seu trabalho”, declarou Gruters, que afirmou ter discutido o texto com o próprio ex-presidente.

A legislação, chamada Tackling and Reforming Unlawful Migration Policy (TRUMP Act), foi acelerada em uma sessão especial do Legislativo, reduzindo a participação pública no debate. Com mais de 80 páginas, o texto estabelece uma nova força estadual de imigração com mais de 140 funcionários sob comando do comissário de Agricultura, que atuará como chefe de imigração da Flórida. A lei também transfere poderes de emergência na área migratória do governador para esse novo cargo.

Além disso, o projeto destina US$ 375 milhões para reforçar a cooperação com o governo federal, incluindo um programa que permite a delegação de funções do ICE a policiais locais. Outros US$ 100 milhões serão concedidos a forças de segurança para treinamento e aluguel de instalações de detenção, enquanto US$ 25 milhões financiarão bônus de US$ 1.000 para agentes que colaborarem com as autoridades federais.

Críticas e resistência interna

Apesar do forte apoio republicano, sete legisladores do partido — um na Câmara e seis no Senado — votaram contra a medida, impedindo uma maioria que garantiria a derrubada de um possível veto de DeSantis.

O senador republicano Blaise Ingoglia, aliado do governador, rejeitou o texto, afirmando que ele não era rígido o suficiente. “Aprecio a tentativa, mas não posso votar a favor, porque está longe de ser forte o bastante para o meu gosto”, disse.

Outro ponto de conflito foi a revogação de uma lei estadual que permitia a estudantes indocumentados pagar mensalidades reduzidas em universidades públicas. A medida, em vigor há uma década, beneficiava cerca de 6.500 alunos por ano. O senador democrata Darryl Rouson criticou a mudança, lembrando que a legislação original foi apoiada por Jeanette Núñez, atual vice-governadora republicana. “O que mudou desde então, além da atitude contra imigrantes?”, questionou.

O deputado democrata Jose Alvarez, nascido em Cuba, foi mais contundente. “Vocês deveriam ter vergonha. Isso não é o que este país representa”, declarou.

Disputa entre DeSantis e legisladores republicanos

A nova legislação representa um desafio para DeSantis, que agora deve decidir entre assinar um projeto que já chamou de "diluído" ou vetá-lo. Ele também pode simplesmente não assiná-lo, permitindo que a lei entre em vigor sem seu endosso.

O governador expressou insatisfação com a transferência de poderes migratórios para o comissário de Agricultura, alegando que o setor não tem histórico de fiscalização imigratória. “É como colocar a raposa para tomar conta do galinheiro”, criticou.

Diante da pressão de DeSantis e seus aliados, o presidente da Câmara, Daniel Perez, fez um apelo à sua base republicana. “Ameaçar os outros para conseguir o que quer não é liderança, é imaturidade”, afirmou.

A Flórida se junta a outros estados que reforçam suas políticas migratórias alinhadas a Trump. No Tennessee, por exemplo, uma sessão especial foi iniciada nesta semana para debater o tema.

Agora, resta saber qual será a decisão de DeSantis diante de um projeto que, mesmo aprovado pelo seu próprio partido, não atende plenamente às suas exigências.

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