Xerife da Flórida intensifica parceria com ICE para perseguir imigrantes indocumentados: "É só o começo"

O xerife do condado de St. Johns, na Flórida, Robert Hardwick, afirmou que a colaboração entre autoridades locais e federais no combate a imigrantes indocumentados envolvidos em atividades criminosas é apenas o "ponta da lança" de um esforço maior para garantir a segurança pública. Em entrevista ao Fox News Digital, Hardwick destacou que seu departamento tem o dever de trabalhar em conjunto com agências federais, como o Departamento de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE, sigla em inglês), para identificar e deter imigrantes que cometem crimes.

O condado de St. Johns faz parte do programa 287(g), que permite ao ICE delegar a policiais estaduais e locais funções relacionadas à imigração, como a identificação e detenção de suspeitos de estarem ilegalmente no país. "Nossos xerifes têm trabalhado na Interestadual 95 com a Patrulha da Fronteira, o ICE e a ERO [Enforcement and Removal Operations]", explicou Hardwick. "Estamos combatendo não apenas a imigração ilegal, mas também o tráfico humano, o tráfico sexual, o contrabando de armas, narcóticos e qualquer atividade ilegal que ocorra na região."

Embora a prisão do condado não seja um centro de detenção federal, os policiais locais trabalham em estreita colaboração com autoridades federais para notificá-las sobre imigrantes. Hardwick explicou que, se um motorista parado por uma infração de trânsito não puder apresentar uma identificação válida e for identificado como imigrante indocumentado, ele será preso. 

"Nossos xerifes o levarão à prisão do condado por dirigir sem licença válida. Em seguida, suas digitais serão cadastradas no sistema, incluindo o IAQ [Immigration Alien Query], que verifica se há ordens de deportação ou mandados de prisão", disse. "Usamos o IAQ quase diariamente na prisão do condado e recebemos detenções quase todos os dias."

Hardwick enfatizou que a Flórida está elevando o nível de repressão a imigrantes indocumentados envolvidos em crimes. "Vamos responsabilizar todos os xerifes e garantir que estejam trabalhando com nossos parceiros federais para aplicar deportações, detenções e nossas listas de procurados", afirmou. Ele revelou que, todas as sextas-feiras às 14h, autoridades federais, estaduais e locais se reúnem para discutir os criminosos mais procurados na região. "E um aviso simples: no estado da Flórida, se você é procurado — seja um imigrante em situação ilegal ou um cidadão americano —, nós o encontraremos e o responsabilizaremos por suas ações."

O xerife também destacou os desafios enfrentados, como a produção de documentos falsos, incluindo números de Seguro Social e carteiras de motorista que parecem legítimos. Para combater isso, o condado está utilizando tecnologia avançada, como leitores de placas de veículos instalados nas fronteiras norte e sul da região. "Desde que instalamos os leitores, estamos registrando entre 17 e 22 'hits' por dia, que podem ser carros roubados, pessoas procuradas ou ordens de deportação", explicou Hardwick. "Estamos fazendo as coisas de forma diferente aqui em St. Johns County e liderando pelo exemplo."

Hardwick também mencionou a nova legislação de imigração assinada pelo governador Ron DeSantis, que reforçou as leis estaduais sobre o tema. No entanto, ele ressaltou que o estado ainda enfrenta limitações, como a disponibilidade de apenas 1.500 vagas para detenções relacionadas à deportação em uma população de mais de 23 milhões de pessoas. "Precisamos rastrear aqueles com mandados de prisão e removê-los do nosso país", disse.

O xerife ainda fez referência ao ex-presidente Donald Trump, destacando que a imigração sempre foi uma prioridade em sua agenda. "Vamos nos preparar para o que pode acontecer e como será", afirmou. Hardwick concluiu com uma mensagem sobre a importância da inovação no combate ao crime: "É crucial pensar fora da caixa e não se contentar com o status quo. É assim que fazemos a diferença."

A abordagem agressiva de St. Johns County reflete um debate nacional sobre o equilíbrio entre a aplicação das leis de imigração e a proteção dos direitos das comunidades imigrantes. Enquanto isso, para Hardwick e sua equipe, a prioridade é clara: garantir a segurança pública e responsabilizar criminosos, independentemente de seu status migratório.