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Estudantes de Nova York protestam contra Trump após prisão de colega imigrante pelo ICE

Centenas de estudantes de escolas públicas de Nova York deixaram as salas de aula nesta terça-feira (21) em um protesto contra as políticas de imigração do presidente Donald Trump. O estopim foi a prisão de Dylan, um jovem venezuelano de 20 anos e aluno da Ellis Prep Academy, no Bronx, detido por agentes do ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA) após comparecer voluntariamente a uma audiência imigratória.

Centenas de estudantes de escolas públicas de Nova York deixaram as salas de aula nesta terça-feira (21) em um protesto contra as políticas de imigração do presidente Donald Trump. O estopim foi a prisão de Dylan, um jovem venezuelano de 20 anos e aluno da Ellis Prep Academy, no Bronx, detido por agentes do ICE (Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA) após comparecer voluntariamente a uma audiência imigratória.

Segundo o site Chalkbeat, Dylan estava buscando asilo no país por meio do programa de Status de Proteção Temporária (TPS), criado durante a administração Biden, mas posteriormente revogado por Trump em sua campanha para endurecer o controle de fronteiras. Mesmo sem antecedentes criminais, ele foi detido no dia 21 de maio, surpreendendo familiares, colegas e defensores dos direitos dos imigrantes.

“Parece um jogo sujo da parte deles,” disse Raiza, mãe de Dylan, em entrevista. “Quando alguém se apresenta a um juiz é porque está tentando fazer o certo. Tudo o que ele quer é estudar.”

Dylan, que já havia concluído o ensino médio na Venezuela, frequentava a Ellis Prep para melhorar o inglês e se preparar para a faculdade. Ele morava com a mãe e dois irmãos mais novos, também refugiados venezuelanos.

A indignação tomou conta da comunidade escolar. Cerca de 500 estudantes de diferentes escolas, incluindo Stuyvesant High School e Bronx High School of Science, marcharam até a Union Square, em Manhattan, empunhando cartazes e entoando palavras de ordem contra o governo Trump.

“A maioria dos meus amigos não são cidadãos americanos. Eu estou aqui por eles”, afirmou Shera Zhou, 18, aluna do último ano do ensino médio. “Acreditamos que todos deveriam ter o direito de permanecer neste país. Afinal, os Estados Unidos foram construídos por imigrantes.”

Nava Litt, também de 18 anos, classificou a detenção de Dylan como um ataque à democracia. “O que está acontecendo é antidemocrático. Estudantes estão sendo detidos por exercerem seus direitos”, declarou.

A prisão de Dylan ocorre em meio a uma escalada de ações imigratórias mais rígidas, implementadas após a volta de Trump à presidência. A revogação do TPS deixou milhares de solicitantes de asilo vulneráveis a detenções e deportações, mesmo sem histórico criminal.

A chanceler das escolas públicas de Nova York, Aviles-Ramos, se manifestou em defesa dos estudantes. “Nossas escolas continuarão sendo espaços seguros para todos, independentemente do status migratório. Estamos com os nossos alunos e suas famílias”, disse em nota oficial. “Estamos profundamente tristes com a detenção deste estudante e reafirmamos nosso compromisso com a dignidade e os direitos de todos.”

O prefeito Eric Adams, ao ser questionado sobre o caso em uma coletiva não relacionada ao tema, evitou críticas diretas ao governo federal. “Quero ser muito claro: isso não aconteceu em uma escola. Não coordenamos com o ICE em detenções civis. Essa pergunta deve ser feita às autoridades federais”, disse.

O episódio reacende o debate sobre o papel das escolas como espaços de proteção a estudantes imigrantes e levanta preocupações quanto à segurança jurídica de jovens que buscam apenas educação e uma vida digna nos Estados Unidos.

Enquanto isso, Dylan permanece detido, enfrentando um futuro incerto — e seus colegas continuam na luta para que ele e tantos outros sejam ouvidos e respeitados.

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