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Prisões de brasileiros quase dobram na Nova Inglaterra após posse de Trump

O número de brasileiros detidos na região da Nova Inglaterra, que concentra a maior comunidade brasileira nos Estados Unidos, praticamente dobrou desde a posse de Donald Trump em 20 de janeiro de 2025.


Da redação

O número de brasileiros detidos na região da Nova Inglaterra, que concentra a maior comunidade brasileira nos Estados Unidos, praticamente dobrou desde a posse de Donald Trump em 20 de janeiro de 2025. Dados revelam que, apenas três dias após a posse do republicano, havia 85 brasileiros presos na região. Hoje, esse número saltou para 164 – uma média de quase um brasileiro detido por dia.

A ofensiva faz parte da nova política migratória prometida por Trump durante sua campanha, que previa a maior operação de deportação da história do país, com a meta de remover até 10 milhões de imigrantes. A medida, considerada impraticável até por autoridades americanas, já tem impactos visíveis na comunidade brasileira.

Embora os dados se refiram apenas à Nova Inglaterra – região que abrange os estados de Massachusetts, New Hampshire, Vermont e Maine – eles são vistos como um termômetro da realidade enfrentada por milhares de brasileiros nos EUA. Dos cerca de 2 milhões de brasileiros que vivem no país, mais de 400 mil estão nessa região.

Segundo informações confirmadas pelo governo brasileiro com base em dados das autoridades americanas, somente na região de Boston ocorreram 4,7 mil prisões de brasileiros nos últimos quatro anos, de um total nacional de 9,8 mil. O número vinha caindo desde 2022, quando 4,7 mil brasileiros foram detidos em todo o país. Em 2024, esse total caiu para 1,1 mil. No entanto, apenas em janeiro de 2025, 349 brasileiros foram presos.

Em Brasília, os números são tratados com cautela e sigilo, para evitar um desgaste político com a Casa Branca. Mas nos bastidores, membros do governo Lula veem os dados como a primeira evidência concreta do impacto das novas diretrizes migratórias sobre a comunidade brasileira nos EUA.

Além do aumento nas prisões, autoridades brasileiras confirmaram que novas unidades prisionais foram abertas na região de Boston. Em um dos casos recentes, um brasileiro foi detido a caminho do trabalho. A prisão afetou diretamente sua família, que ficou sem renda e passou a ser amparada por entidades sociais locais.

O clima entre os imigrantes é de tensão. Muitos têm evitado sair de casa, mudar de rotina ou frequentar lugares públicos com receio de abordagens e detenções.

A repressão migratória também se reflete nos números gerais. Desde o início do governo Trump, em 20 de janeiro, o Departament de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE, sigla em inglês) realizou 32.809 prisões nos primeiros 50 dias de gestão – praticamente o mesmo número de prisões efetuadas durante todo o ano de 2024, quando o total chegou a 33.242.

Dentre os presos este ano, 1.155 são apontados como membros de gangues criminosas – número mais de duas vezes superior ao registrado no mesmo período de 2024, quando foram 483 detenções do tipo. Ao todo, até 16 de abril, havia 47,9 mil estrangeiros em prisões nos Estados Unidos.

O aumento expressivo nas detenções marca o início de uma nova fase na política migratória americana, que promete não poupar nacionalidades e já acende o alerta entre os milhares de brasileiros vivendo em situação irregular no país.

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