Publicado em 28/09/2008 as 12:00am
Acordo sobre plano de resgate ganha apoio crucial de Obama e McCain
Neste domingo, os líderes do Congresso americano e membros do governo de George W. Bush chegaram a um acordo parcial sobre o plano de resgate financeiro. O acordo foi bem recebido pelos candidatos à Casa Branca
Neste domingo, os
líderes do Congresso americano e membros do governo de George W. Bush chegaram
a um acordo parcial sobre o plano de resgate financeiro. O acordo foi bem
recebido pelos candidatos à Casa Branca, Barack Obama
e John McCain,
que disseram que "provavelmente" votarão a favor do acordo no Senado,
nesta segunda-feira (29).
"Eu gostaria de ver os detalhes, mas,
esperançosamente, sim", disse McCain, senador por Arizona, questionado em
entrevista na rede ABC sobre seu apoio ao plano.
"Das partes que eu li, isto é algo
que todos nós teremos que engolir e aceitar. A opção de não fazer nada é
inaceitável", disse o republicano, que pedia por maior supervisão sobre o
uso dos US$ 700 bilhões para a compra de títulos "podres" (sem
liquidez).
Os legisladores pretendem votar o plano
nesta segunda-feira. Os detalhes finais não foram divulgados, mas o acordo
incluirá a supervisão da compra dos títulos pelo Tesouro.
"Eu não estou feliz com a situação,
mas nós temos algo que eu posso apoiar", disse a chefe da Casa dos
Representantes, Nancy Pelosi.
O democrata Obama, senador por Illinois,
prevê uma passagem rápida do projeto pelo Senado. Ele lembra, em discurso
preparado para Detroit, que o novo acordo inclui condições de proteção aos
contribuintes que ele defendeu.
"Hoje, graças ao trabalho duro dos
democratas e republicanos, parece que nós temos um plano de resgate que inclui
estas proteções ao contribuinte", diz o democrata, segundo trechos do
discurso divulgados antecipadamente à imprensa. "E parece que nós vamos
aprovar este plano em curto-prazo", completou.
Fortalecidos pelo fato de serem candidatos
à próxima Presidência --que terá que lidar com os efeitos do plano no orçamento
federal--, o apoio de Obama e McCain pode influenciar a aprovação do projeto no
Congresso.
Legisladores
O plano também foi apoiado por Bruce
Josten, da Câmara de COmércio dos Estados Unidos. Ele disse que o novo plano,
resultado do acordo deste domingo, é grande o suficiente e flexível o
suficiente para ser inplementado rapidamente.
"Este plano contem os elementos
necessários para remover, de maneira bem sucedida, a incerteza e acabar com a
crise que afeta os mercados financeiros nas últimas semanas", disse
Josten, citado pelo jornal "The Wall Street Journal".
O acordo deste domingo abre caminho para a
aprovação da maior intervenção governamental no mercado financeiro desde a
Grande Depressão de 1930. Contudo, ainda faltam alguns detalhes finais a serem
acertados antes da aprovação da proposta de Bush para dissipar a grave crise financeira
que afeta o país.
Os negociadores tentaram resolver os
problemas encontrados na versão final da legislação, mas o texto ainda precisa
ser revisto pela liderança republicana no Congresso --cuja oposição firme ao
acordo quase acabou com os esforços bipartidários dos últimos dias para
solucionar a crise.
Membros de ambos os partidos disseram
esperar pela votação do projeto nesta segunda-feira. "Nós ainda temos mais
a fazer para finalizá-lo, mas conseguiremos", disse o secretário do
Tesouro americano, Henry Paulson, que participou das conversas em Washington e
que concentrará o poder de uso dos US$ 700 bilhões para a compra dos títulos.
"Temos que colocá-lo por escrito para
alcançar um acordo formalmente", disse a líder da Casa dos Representantes,
Nancy Pelosi, ao término de uma reunião no Congresso. Pelosi disse que os
representantes poderiam votar o projeto de lei ainda neste domingo e o Senado
na segunda-feira.
A medida a ser aprovada pelo Congresso
cria um programa que permite ao governo gastar uma soma sem precedentes de
dinheiro público para auxiliar as instituições financeiras em crise, comprando
seus investimentos fracassados em hipotecas e outros papéis sem liquidez.
A grande mudança no rumo das negociações
veio quando os democratas concordaram em incorporar uma exigência republicana
--deixar o governo apenas assegurar alguns empréstimos hipotecários falidos em
vez de comprá-los-- desenhada para limitar a quantidade de dinheiro federal
utilizada para o resgate financeiro.
Outra importante barganha, vital para
ganhar o apoio dos democratas centristas e republicanos defensores da
fiscalização, exigiria que as firmas auxiliadas compensassem o governo pelas
perdas.
Fonte: (Folha Online)