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Publicado em 27/11/2008 as 12:00am

Terroristas fazem "Blitz-krieg" em Bombaim

Os ataques ocorreram na tarde de quarta-feira (26) e atingiram dois hotéis de luxo, um centro judaico, um restaurante, entre outros pontos da cidade

Os ataques ocorreram na tarde de quarta-feira (26) e atingiram dois hotéis de luxo, um centro judaico, um restaurante, entre outros pontos da cidade. Acima de 125 pessoas foram mortas e pelo menos 300 ficaram feridas.

Analistas financeiros e empresários disseram que os ataques terroristas que estremeceram a capital financeira da Índia podem causar uma queda nas ações, reduzir o consumo do turismo e desacelerar novos investimentos. Entretanto, talvez não causem danos a médio prazo na economia da nação.

“Este é um desafio para que o governo mantenha a lei e a ordem no país”, comentou Takahira Ogawa, da Standard & Poor´s, em Singapura. De acordo com as agências internacionais, os milicianos, supostamente de origem muçulmana, atacaram pelo menos 10 pontos diferentes da cidade.

 

Pânico entre investidores e classe financeira


Os ataques aconteceram num momento em que a Índia tenta conter as consequências devastadoras da crise econômica mundial. Investidores estrangeiros já haviam retirado 13 milhões e meio de dólares da bolsa de valores do país.  A rúpia desvalorizou em 57% nas ações preferenciais do índice internacional Sensex, a economia se contraiu e os consumidores locais estão gastando menos dinheiro. “Os ataques são um desafio ao ressurgimento econômico do nosso país”, disse Habil Khorakiwala, presidente da Wockhardt, empresa farmacêutica da Índia. Habil acredita que “isto é uma guerra e teremos que vencê-la, para proteger a segurança do povo índio e restabelecer nossa economia”.

Um grupo de milicianos islâmicos até agora de origem desconhecida, que se apresentou como "Deccan Mujahedines" (pelo nome de uma região do centro da Índia) se responsabilizou pela matança que se somou à série de ataques terroristas que a Índia sofreu nos últimos três anos. Um dos terroristas envolvidos nos ataques afirmou, em uma entrevista a um canal de televisão, que o grupo luta para fazer com que o islamismo não seja mais perseguido na Índia.

 Eles fizeram dezenas de ocidentais como reféns e atacaram dois hotéis, o Oberoi, de super-luxo e o histórico Taj Mahal, centros simbólicos da classe financeira de Bombaim (Mumbai).  Por coincidência, o estrategista e ex-secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger reuniu-se no Taj com altos executivos da Goldman Sachs e do Grupo Tata para dialogar sobre a política norte-americana.

 

Brasileira relata medo


“Só sairei de casa no domingo”, disse Daniela Martins, por telefone, ao site do G1, comentando que tinha medo de deixar sua casa após os atentados, que provocaram pânico na população e fizeram moradores da cidade de Bombaim (Mumbai) ficarem em casa. "Quando aconteceram os atentados eu estava em casa, e desde então não saí mais. Tenho medo e amanhã também ficarei em casa." Daniela vive há 11 meses no país, no bairro de Vile Parle, região norte da cidade, e trabalha em uma ONG francesa. Segundo ela, um táxi explodiu na região em que mora. "Meu vizinho americano ficou muito chocado", contou.

O primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, disse que os ataques foram planejados e que, provavelmente, tinham 'ligações externas'. "Foi um ataque bem planejado e orquestrado, provavelmente com ligações exteriores, que pretendem implantar o terror."

 

“Tive que mudar meu nome”

O brasileiro Lars Reibel encontra-se em Bombaim e contou ao Jornal Hoje como está a situação na cidade. Segundo o empresário, a polícia determinou um toque de recolher e pediu que as pessoas ficassem em casa. "Não há ninguém nas ruas, os escritórios e escolas estão fechados. Eu tentei sair, mas o pessoal do hotel não deixou", afirmou Reibel. Segundo ele, foi preciso até mudar o nome do registro. "Na madrugada de ontem para hoje chegou a informação de que os terroristas estavam entrando nos hotéis e procurando turistas ocidentais. Por isso me orientaram a colocar um nome indiano e eu segui."

 

Resgate


A polícia indiana fez uma operação nos dois hotéis de luxo para libertar reféns que estavam em poder de seqüestradores. As forças de segurança cercaram os hotéis Taj Mahal, o Oberoi e um centro religioso. Segundo a rede CNN, explosões foram ouvidas nos complexos. De acordo com a agência de notícias Associated Press, os policiais entraram de quarto em quarto.

Às 17:50 (hora de Brasília), a polícia e o exército afirmaram que a operação no Hotel Taj Mahal estava perto do fim e que ainda restava um terrorista ferido no local. "Controlamos totalmente a situação e temos confiança de que alcançaremos o nosso objetivo", disse o diretor geral da Guarda da Segurança Nacional, J.K. Dutt. Pouco antes, responsáveis pela segurança chegaram a afirmar que todos os terroristas entrincheirados no Hotel Taj Mahal haviam sido mortos.

Os reféns haviam sido libertados pela manhã. De acordo com o último balanço divulgado pela polícia, o número de mortos subiu para 125. Os feridos já passavam de 300. O Paquistão negou envolvimento nos ataques e criticou as autoridades indianas por "constantemente acusarem o Paquistão de estar por trás" de ataques do gênero.

 

Norte-americanos e britânicos


Segundo testemunhas, os terroristas procuraram principalmente reféns americanos e britânicos. O britânico Rakesj Patel contou a um canal indiano que foi mantido ao lado de mais de 10 pessoas como refém por homens armados nos andares superiores do Hotel Taj Mahal. "Eram muito jovens, pareciam crianças. Disseram que queriam todos que tivessem passaportes britânicos e americanos", afirmou, antes de relatar que conseguiu escapar ao lado de outro refém. De acordo com fontes oficiais, pelo menos cinco estrangeiros morreram - um alemão, um italiano, um britânico, um japonês e um australiano.

  

Fonte: (Das Agências Internacionais, G1, UOL e BBC)

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