Publicado em 15/12/2008 as 12:00am
Voluntárias católicas brasileiras são barradas e deportadas em Madri
Grupo seguia para Alemanha para visitar instituição religiosa de auxílio
Um grupo de
voluntárias brasileiras da entidade católica de auxílio a dependentes químicos
Fazenda Esperança foi detido na quarta-feira no aeroporto de Madri e impedido
de seguir viagem para Alemanha, onde visitaria representantes do projeto.
Elas dizem ter ficado detidas no aeroporto internacional de Barajas por mais de 26 horas, antes de serem mandadas de volta para o Brasil. Apenas uma das integrantes do grupo de cinco pessoas foi autorizada a seguir viagem.
"A gente fica muito indignada pela falta de respeito com que nos trataram", disse Elza Cortez, auxiliar de escritório da Fazenda Esperança de Guaratinguetá. Ela ia para Alemanha para visitar a filha, que trabalha há três anos em uma representação do projeto nos arredores de Berlim.
Ela e as colegas
Eliana de Almeida, Aída da Silva e Maria da Conceição Rocha chegaram a Madri na
quarta-feira, às 9h45, e embarcaram de volta para o Brasil por volta do
meio-dia do dia seguinte.
De acordo com Elza, o
grupo de brasileiros que embarcou de volta com elas contava com mais de 20
pessoas.
"Era muita gente junta no mesmo local. Sentimos uma pressão psicológica muito grande. Os policiais nos escoltaram até a porta do avião", lembra.
Ela também reclamou do
tratamento dado aos brasileiros.
"Os policiais
ficaram com todos os nossos medicamentos e tinha gente passando mal, pessoas
doentes, com problemas de coração, uma senhora com oito meses de
gravidez", lembra.
"Eu mesmo tenho
problema de diabetes e tenho que comer de duas em duas horas".
Motivo arbitrário
Segundo as brasileiras, os policiais espanhóis alegaram que elas não possuíam os documentos e recursos financeiros necessários para prosseguir viagem.
"Não entendo
porque me deixaram passar e não as outras, embora estivéssemos com os mesmos
papéis", diz Rita Correa, a única que conseguiu pegar o vôo para Berlim.
Para ela, o motivo
para o impedimento de suas amigas teria sido arbitrário.
"Apresentei meu passaporte, o papel da imigração preenchido e passei", recorda. "Minhas amigas, que não tinham preenchido o formulário ainda, tiveram que retornar e, após mostrarem o passaporte, foram levadas para interrogatório".
Mathias Laminski, o
padre alemão que havia convidado as brasileiras para visitarem Berlim, também
afirmou que o grupo estava com a documentação em ordem.
"Elas estavam com
toda a documentação necessária, incluindo seguro de saúde e uma declaração
nossa, em alemão, carimbada pela paróquia, assumindo todas as despesas da
estada do grupo", afirma.
Laminski se mostrou indignado com a atitude dos policiais espanhóis do aeroporto de Madri. Segundo o religioso, os guardas não quiseram se identificar ao telefone e usavam de sarcasmo ao responder a suas perguntas.
Fonte: (G1)