Publicado em 6/01/2009 as 12:00am
Obama e líderes do Congresso definem acordo econômico
Em meio a uma crise econômica global cada vez mais profunda e aumento de desemprego no país, o presidente eleito Barack Obama e os líderes do Congresso, chegaram a um acordo, sobre diversos aspectos
Em meio a uma crise econômica global cada vez mais profunda e aumento de
desemprego no país, o presidente eleito Barack Obama e os líderes do Congresso,
chegaram a um acordo, sobre diversos aspectos, daquilo que certamente será o
maior plano de estímulo econômico a curto prazo na história dos Estados Unidos.
Eles prometeram que as medidas serão aprovadas em caráter de urgência.
Os líderes da Câmara e do Senado –com alguma reistência por parte dos
republicanos – disseram que apoiarão de imeditato o ambicioso pacote de
estímulo de Obama, no valor de US$775 bilhões em dois anos, o que incluiria por
volta de US$300 bilhões em reduções fiscais, tendo como ênfase as classes média
e baixa. O plano recebeu um importante apoio por parte dos republicanos, que
aplaudiram a redução dos impostos.
“Haverá, provavelmente, muito entusiasmo com essa parte do plano”, disse
o líder republicano do Senado, Mitch McConnell, de Kentucky.
Sem dúvida, McConnell e outros líderes republicanos mostraram mais
cautela sobre as propostas de gastos . Em lugar de entregar a ajuda diretamente
aos estados, por exemplo, McConnell disse que o governo deveria considerar o
empréstimo desse dinheiro. “Gostaríamos
de participar na criação do pacote e sugerir idéias”, disse McConnell,
agregando que os republicanos estão satisfeitos com que quase 40% do plano de
estímulo seja um alívio fiscal, mas desejam impor restrições em 60% do que o
governo está gastando. Ele acrescentou que qualquer ajuda aos estados deveria
se pagar num prazo de 5 anos com uma taxa de juros de 5%.
O tom do dia
Talvez o mais
importante tenha sido o tom no qual se levou essa reunião se segunda (5). Obama
reuniu-se primeiro com os legisladores democratas e, em seguida, McConnell e
outras figuras republicanas se somaram à reunião. Segundo os participantes,
Obama não tentou negociar e nem se expressou em detalhes sobre propostas
específicas. De qualquer maneira, o tom foi otimista. Harry Reid, líder da maioria no Senado e
democrata pelo estado de Nevada expressou, numa conferência de imprensa, que
"todos reconhecemos que estamos em dificuldades financeiras históricas”. Ele adiantou que o Congresso aprovará o
pacote o mais rápido possível.
No dia 20 de
Janeiro, Obama vai jurar como o presidente número 44 dos Estados Undios. Em
alguns momentos da reunião, os democratas tinham esperança de que o pacote
estaria pronto para esta data, mas agora tudo indica que seu objetivo será
apresentá-lo aos legisladores antes que partam para o recesso de 13 de
Fevereiro, quando se comemora o President’s Day.
Obama afirmou, numa breve sessão
de perguntas e respostas depois da reunião com a equipe econômica que “a
mensagem mais importante é de que a situação piora a cada dia. Temos que agir
com audácia e rapidez!”. O presidente eleito defendeu o crédito fiscal para a
classe média e reagiu às afirmações de que tudo se tratava de um truque
político, lembrando que esse é um dos temas principais de sua campanha. Ele
também disse que há uma convergência bastante feliz entre o que prometeu
durante a campanha e o que é de fato necessário ser feito agora.
$500 pra você e $500 prá mim
A chave de seu plano é pagar
$500 dólares por indivíduo, ou $1000 por casal. Mas, no lugar de enviar cheques
aos contribuintes – o método de pagamento utilizado no ano passado pelo
governo, numa manobra falida no sentido de reanimar a economia – o pagamento se
fará com uma redução do imposto nominal durante vários meses. O resultado será,
sem dúvida para os legisladores, mais “cash” no bolso de milhões de americanos
e residentes. Obama pareceu decidido a manter suas promessas de campanha e quer
dar prioridade à classe média e aos pequenos empresários. O seu plano contempla
várias isenções fiscais que permitem aos pequenos empresários deduzir dos
impostos mais rapidamente o custo de seu inventário e a depreciação de
equipamentos.
Na intenção de controlar o aumento do desemprego, Obama e os
legisladores democratas exploram a possibilidade de outorgar um crédito fiscal
de um ano a empresas que criarem novos empregos, a um custo entre $40 e $50
bilhões. Funcionários do Congresso, que falaram na condição de não serem
identificados, disseram que o plano certamente sofrerá correções, na medida que
mais legisladores o analisem. Numa possibilidade amplamente discutida na
segunda (5), o crédito de impostos à classe média poderia aplicar-se aos
primeiros $8,100.00 de ganhos salariais. Mas não ficou claro se o crédito se
aplicaria a toda a população, se beneficiaria fundamentalmente a pessoas com
salários mais baixos ou se haveria algum tipo de limite salarial para se
determinar a elegebilidade.
Tradicionalmente, o Congresso tem limitado os créditos fiscais no
patamar de $75 mil dólares por pessoa que declare impostos individualmente e
$150 mil para os que declaram em conjunto. Entretanto, durante a campanha,
Obama sugeriu que seu plano de impostos beneficiasse a todos que ganhem menos
de $200 mil por ano. Devido aos níveis de gastos do plano de estímulo, é até
provável que o Congresso limite os créditos fiscais para as pessoas que mais os
necessitem.
Fonte: (Phydias Barbosa - Tradução)