Publicado em 28/01/2009 as 12:00am
Obama rompe com a política ambiental de Bush
O governo de Barack Obama começou a delinear a sua promessa sobre a política de meio ambiente
O governo de Barack Obama começou a delinear a sua promessa sobre a
política de meio ambiente. Na última segunda feira (26), o presidente designou
um especialista para assuntos de mudança climática, além de “baixar” novas
medidas que busquem reduzir a emissão de gases contaminantes nos EUA. “Nosso
país não será refém de recursos cada vez mais limitados, de regimes hostís e
nem do aquecimento do planeta”, disse Obama numa cerimônia na Casa Branca. “Não
ficaremos de braços cruzados. Esse é o momento das decisões difíceis”.
As iniciativas anunciadas na segunda fazem parte dos questionamentos à
política do governo anterior. Nesse sentido, o presidente destacou que não
somente impulsionará a luta contra o aquecimento global, mas também espera
reduzir a dependência energética dos Estados Unidos dos recursos provenientes
de regiões em conflito no restante do mundo.
A ruptura com a política de meio ambiente do ex-presidente George W.
Bush já era esperada por boa parte da comunidade internacional e concretizou-se
com a nomeação de um delegado encarregado do tema principal, que é o
aquecimento global.
Todd Stern tem experiência no setor
A secretária de Estado Hillary Clinton nomeou, para este fim, Todd
Stern, que tinha sido assessor presidencial de 1993 a 1998, durante a gestão de
seu marido, Bill Clinton. Stern teve
participação importante nas negociações do Protocolo de Kyoto, de 1997 a 1999. “Com
a nomeação de um representante especial, enviamos uma inequívoca mensagem de
que o Estados Unidos será energético, determinado, estratégico e sério na sua
resposta às mudanças climáticas e a um problema vinculado: a própria energia”,
declarou a nova chefe da diplomacia americana.
Por outro lado, Obama assinou, com menos de uma semana desde sua posse,
os primeiros documentos relativos à energia e ao meio ambiente, a fim de
estimular um desenvolvimento de veículos que consumam menos combustiível e para
reduzir a dependência energética vinda do exterior.
O presidente requisitou à Agência de Proteção ao Meio Ambiente (EPA, a
sigla em inglês), que reexamine a possibilidade de conceder ao estado da
Califórnia, a vanguarda em medidas ecológicas, o direito de impor suas próprias
restrições sobre a emissão de gases que causem efeitos de “smog”, em particular
aos fabricantes de veículos.
Quem gostou da notícia foi o governador da Califórnia, Arnold
Schwarzenegger, porque no governo anterior, Bush havia bloqueado os esforços
daquele estado e de uma dúzia de outros governadores interessados em impor seus
próprios limites à emissão de dióxido de carbono. “Fica evidente que a
Califórnia e o ambiente têm agora um forte aliado na Casa Branca”, declarou o
Arnold, governador do estado mais rico e com a maior população do país, mas ao
mesmo tempo, um dos estados que mais contamina o meio ambiente.
Setor automotivo precisa se adaptar
Obama também ordenou ao Departamento de Transporte que estabeleça os
recursos necessários para que o parque automotivo americano alcance uma
eficiência, entre 2009 e 2020, de uma média de 56 quilômetros por 3,78 litros
de combustível. Segundo Carl Pope, do poderoso grupo de Proteção do Meio
Ambiente Sierra Club, o reexame da situação californiana “merece os mais
calorosos aplausos”. Pope destacou que
Obama “faz do governo federal não um obstáculo, mas sim uma força positiva de
mudanças”. Ele concluiu que existem outros 15 estados esperando para aplicar as
mesmas normas da Califórnia.
A negativa de Bush em
assinar o Protocolo de Kyoto, que estabelecia algumas cotas de vinculação dos
gases invernais, foi denunciada pelos defensores do meio ambiente, como um
grande obstáculo para uma luta mais eficaz contra o aquecimento global.
As nova medidas deverão forçar a
indústria automotiva a produzir veículos que consumam menos combustível e que
sejam mais respeitosos ao meio ambiente, o que representa um desafio adicional
para um setor afetado pela crise econômica e que atualmente luta mesmo é pela
sobrevivência.
Fonte: (G1)