Publicado em 10/06/2009 as 12:00am
Pai biológico de Sean está no plenário do STF para acompanhar julgamento
No último dia 2, Supremo suspendeu ida do garoto para os EUA. Ministros vão decidir se ação para que ele fique no Brasil é legítima
Goldman não deu entrevistas, mas se interessou por saber quem é cada ministro do Supremo, por meio de fotografias impressas que ele olhava em plenário. O advogado de Goldman, Ricardo Zamariola, reconheceu que o julgamento não será definitivo. “É um julgamento importante, mas não é a devolução da criança que será decidida”, disse.
No último dia 2, o ministro Marco Aurélio Mello suspendeu em caráter liminar (provisório) a decisão da Justiça Federal do Rio de Janeiro, que, no dia anterior, havia determinado a volta de Sean aos EUA para morar com o pai biológico.
Na semana passada, depois da decisão do Supremo de
manter o menino no Brasil, a própria Justiça Federal do Rio
concedeu uma liminar que garante, pelo menos até o julgamento
final do caso, a permanência de Sean no país, sob a guarda de
sua família brasileira.
Legitimidade
Os ministros do STF devem analisar primeiro a legitimidade da
ação protocolada pelo PP, que alega que a decisão da Justiça
Federal configura lesão ao preceito fundamental de proteção à
criança. E, segundo, caso não arquivem o processo, os ministros
podem determinar ou não a permancência do menino. Porém, é
improvável que, qualquer que seja a decisão, ela derrube a
liminar em vigor da Justiça Federal do Rio.
Na prática, é possível que a decisão tomada em
plenário nesta quarta não seja definitiva, pois o pedido inicial
do pai biológico de Sean ainda está tramitando na Justiça
Federal do Rio, que ainda não deu sua palavra final sobre o caso.
Legitimidade da ação
O PP cita a Convenção de Haia, que, segundo o partido, recomenda
que seja levado em consideração aspectos psicológicos da criança
envolvida. O partido defende que a opinião de Sean seja
considerada na decisão judicial, assim como análises de
psicólogos.
Já a Advocacia-Geral da União (AGU), que enviou
ofício ao STF, pedindo para ser ouvida no julgamento, alega que
a mesma convenção, da qual o Brasil é signatário, prevê que em
casos semelhantes ao de Sean, a criança deve ser devolvida ao
país de origem para que a Justiça desse local decida sobre a guarda.
Fonte: (G1)