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Publicado em 19/10/2009 as 12:00am

Brasileiras se casam e mudam de vida no Paquistão

Elas conheceram paquistaneses e se mudaram para o país asiático. Apesar de ataques terroristas, país é lugar bom para viver, dizem.

 

Na primeira vez que Everyn Palhares deixou a pequena Vilhena, em Rondônia, e foi para o Paquistão, ela achou que estava num filme. "Não parava de olhar tudo e todos e achava algumas coisas muito engraçadas - por exemplo, ver uma família inteira de cinco, seis pessoas numa moto e todo mundo sem capacete". Mas, de fato, a vida dela parece um filme.

Em 2006, Everyn conheceu um paquistanês pela internet e trocou mensagens com ele por dez meses. Até que decidiu visitá-lo. "Foi uma paixão avassaladora que logo se transformou em um amor sólido."

Eles decidiram se casar, e ela encarou o desafio de se mudar para um país completamente diferente. A família não se opôs, mas se preocupou. "Tinha a questão do terrorismo, e aquela história de que alguns muçulmanos não tratam bem suas mulheres. Mas isso depende muito da educação, do ambiente familiar e da índole. Assim como em todos os países, aqui há gente boa e gente ruim. É uma questão de sorte. E graças a Deus eu tive muita sorte."

Antes de conhecê-la, a família do atual marido não gostou muito da ideia de ele escolher a própria esposa. "Eles se opuseram e queriam que ele se casasse com uma mulher escolhida por eles. mas ele foi muito firme na decisão e conseguiu convencer a família a aceitar a nossa união, o que, aliás, é muito difícil acontecer. Na maioria das vezes, as garotas de outras nacionalidades que se envolvem com paquistaneses sofrem grande rejeição da família."

Mas depois que Everyn foi até lá tudo mudou. "Foi uma grande surpresa para mim o tratamento que recebi. Me tratam muito bem, como uma filha, não sabem o que fazem para me agradar."

O casamento seguiu a tradição paquistanesa, que, segundo ela, tem semelhanças com os rituais indianos. Há cerca de um ano ela se converteu ao Islã e adotou um nome paquistanês que significa 'luz, beleza': 'Mishal'. 

Assim como Everyn, a curitibana Cíntia Fujita, de 32 anos, também deixou o país para se casar com um paquistanês. Ela conheceu seu atual marido quando estava no Japão. "Trocamos telefones e e-mails. Quando ele retornou ao Paquistão começamos a conversar com frequência."

Após experimentar um mês no Paquistão e ser bem recebida, Cíntia decidiu seguir adiante o relacionamento. "Como aqui não existe 'namoro' (os casamentos são na grande maioria arranjados, e os chamados 'love marriage' - casamentos por amor - são raramente aceitos pelas famílias) decidimos nos casar". Hoje o casal tem uma filha de oito meses. 

Cíntia também tem um novo nome: Iman, que significa 'fé'. Ela não trabalha fora e se converteu ao islamismo.

 

A vida em Lahore

As diferenças da vida que Everyn tem agora com a que levava em Rondônia são muitas. A comida, segundo ela, é saborosa, mas muito apimentada e gordurosa. "Em casa, cheguei a um meio termo, pois não considero nada saudável a culinária local. E morro de saudade de nosso bom e velho arroz, feijão, bife e salada."

Ela conta que as cidades maiores têm uma boa infra-estrutura. Lahore, onde ela mora, "é considerada a capital cultural do país. Aqui tem museus, teatros, cinemas, parques maravilhosos, restaurantes de nível internacional, mausoléus, monumentos históricos, inúmeros eventos de música e moda e tem até sua própria Indústria cinematográfica: Lollywood."

Cíntia cita a proibição da venda de bebidas alcoólicas como uma vantagem em relação ao crescimento da filha. "Sei que não terei que me preocupar com isso."

Entre as desvantagens, está algo que vemos quase que diariamente nos jornais: o terrorismo. "Este ano, infelizmente, Lahore foi alvo frequente desses atentados. Graças a Deus nunca presenciei nenhum incidente desse tipo. Normalmente, quando acontece isso aqui, por precaução o comércio fecha, as pessoas evitam sair nas ruas e a cidade fica meio que deserta."

Cíntia comparou os atentados com as enchentes no Brasil: " Ocorre, e muita gente é atingida, só que a gente fica sabendo somente quando vê o noticiário."

Além disso, Everyn diz que há grandes dificuldades energéticas no país e que apagões são frequentes em diversas cidades, o ano todo. "Além da pobreza e muito lixo nas ruas". Cíntia diz que o trânsito é um problema. Outro é não saber falar a língua: "estar aqui é sentir na pele o que é ser analfabeto."

Fonte: (G1)

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